Enviar munições com urânio à Ucrânia? "A Rússia será forçada a responder"

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse hoje que os planos de Londres para fornecer à Ucrânia munições com urânio empobrecido apenas vai reforçar a resposta russa, numa reação quase imediata às declarações de uma responsável britânica.

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© Contributor/Getty Images

Lusa
21/03/2023 17:32 ‧ 21/03/2023 por Lusa

Mundo

Vladimir Putin

"Soubemos hoje que o Reino Unido (...) anunciou não apenas a entrega de tanques à Ucrânia, mas igualmente obuses que contêm urânio empobrecido (...). Se isso acontecer, a Rússia será forçada a responder", declarou Putin.

O Governo britânico anunciou hoje que vai entregar à Ucrânia munições fabricadas com urânio empobrecido, uma decisão justificada pela necessidade de reforçar o apoio militar a Kiev.

A vice-ministra da Defesa do Reino Unido, Annabel Goldie, indicou que para além da entrega de tanques de combate Challenger 2, o país enviará "munições, entre as quais se encontram projéteis perfurantes que contêm urânio empobrecido".

Goldie acrescentou que este tipo de munições "são muito eficazes e podem inutilizar tanques e veículos armados modernos", indicou o diário The Guardian.

Em Moscovo, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, também reagiu de imediato e condenou o plano do Governo britânico, que acusou de estar a fomentar "um cenário jugoslavo".

"Esses materiais não apenas matam, mas também infetam o meio ambiente e provocam cancro nas pessoas que vivem nessas terras", asseverou em mensagem na sua conta Telegram.

"É ingénuo pensar que estas armas apenas provocarão vítimas contra quem foram utilizadas. Na Jugoslávia, os militares da NATO, em particular os italianos, foram os primeiros a sofrer", sublinhou.

Desta forma, Zakharova exortou os ucranianos a "despertar de vez", em particular não os "apoiantes da presidência, as daqueles que são capazes de pensar".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.317 civis mortos e 13.892 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Putin deixa recados ao Ocidente e Xi diz que China é "imparcial"

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