Após ter sido emitido um mandado de captura a Vladimir Putin pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), na sexta-feira, o que será expectável é que o presidente russo será detido caso entre em qualquer Estado-membro.
No entanto, a Hungria sublinhou que não prenderia o presidente russo, Vladimir Putin, caso ele entrasse no país, avançou, esta quinta-feira, o ministro do Interior, Gergely Gulyás, acrescentando que o mandado não tem base legal no país.
"Podemos referir-nos à lei húngara e com base nisso não podemos prender o presidente russo... já que o estatuto do TPI não foi promulgado na Hungria", sublinhou Gulyás, citado pela Reuters, acrescentando que o governo ainda não "formou uma posição" sobre o mandado de prisão.
De acordo com o ministro, "a decisão não é a mais feliz, pois leva a uma maior escalada e não à paz - esta é minha opinião subjetiva pessoal", esclareceu.
Recorde-se que a Hungria assinou e ratificou o Estatuto de Roma que criou o Tribunal Penal Internacional (TPI) e este, por sua vez, emitiu um mandado de captura na sexta-feira a Putin, afirmando haver motivos razoáveis para crer que Putin tem responsabilidade criminal individual.
Putin é apenas o terceiro presidente em exercício a receber um mandado de prisão do TPI, mas é improvável que acabe no tribunal tão cedo.
A Rússia, que não é parte do TPI, apontou que o mandado não teve qualquer significado, negando repetidamente as acusações de que as suas forças cometeram atrocidades durante a sua invasão à Ucrânia.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy afirmou que a iniciativa do TPI "é uma decisão histórica", acrescentando que as deportações para a Rússia constituíam uma política de "maldade de Estado que começou precisamente com o alto funcionário deste Estado".
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