No final de uma reunião com o primeiro-ministro e alguns membros do Governo, o diretor-geral da Emae, Hélio Lavres, considerou que "a crise energética que o país vive" atualmente "é preocupante", causando constrangimentos aos negócios.
Hélio Lavres justificou a redução do fornecimento de eletricidade devido avarias de "grupos de geradores que já não respondem à sua real capacidade, bem como também a um problema transversal a toda a sociedade que são as dívidas avultadas que as empresas e pessoas individuais têm para com a Emae", condicionando a capacidade financeira da empresa.
"Quer dizer que neste momento o país encontra-se numa situação crítica e põe em perigo a importação do gasóleo para os próximos tempos [...], mas p Governo tudo fará para ajudar, pelo que percebemos do senhor primeiro-ministro", precisou o diretor da Emae, assumindo que a empresa também fará a sua parte.
No final do ano passado o ministro das Finanças são-tomenses, Genésio da Mata, revelou que a dívida da Emae para com a Empresa Nacional de Combustíveis e Óleo (Enco), detida maioritariamente pela Sonangol, ronda os 9,7 milhões de euros.
Hélio Lavres disse que a empresa vai reforçar o apelo aos seus clientes, nomeadamente as instituições públicas e privadas, para a regularização das dívidas para que a "situação financeira da Emae melhore e consequentemente melhore o fornecimento de eletricidade às pessoas".
A Emae prevê também a curto prazo a "aquisição de um pacote mínimo [de geradores] para fazer os grupos [de geradores existentes] funcionarem com alguma regularidade", admitindo, no entanto que isso é uma questão "mais estruturante, mais de fundo e o Governo certamente encontrará uma situação a médio prazo".
"O que é necessário é a manutenção e reparação dos grupos. Nós precisamos de peças que não existem neste momento, trabalhamos com dificuldades e recorremos muitos às sucatas para recuperar o grupo. Estamos numa situação difícil e os grupos já não revelam performance para injetar potência na rede", explicou.
"Neste momento estamos a produzir cerca de 16 megas provisoriamente, porque hoje podemos estar a produzir 16 e amanhã termos uma queda significativa fruto da situação dos grupos", acrescentou.
Sem apontar um prazo para a normalização do fornecimento de eletricidade, o diretor geral da Emae assegurou que a empresa tem procurado "minimizar este impacto" até encontrar uma solução.
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