Rússia terá recrutado mercenários na Bielorrússia e Angola para combater

Acerca da estratégia russa de "envolver ainda mais mercenários" no conflito no leste europeu, o Centro Nacional de Resistência da Ucrânia explicou que se deve ao facto de a sua eventual morte não provocar "tensão social" na Rússia.

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Ema Gil Pires
24/03/2023 09:53 ‧ 24/03/2023 por Ema Gil Pires

Mundo

Guerra na Ucrânia

O Centro Nacional de Resistência da Ucrânia, numa publicação feita na sua página oficial, deu conta de que o "inimigo" russo "procura formas de restaurar o seu potencial ofensivo para continuar a guerra" - nomeadamente, na Bielorrússia e em Angola.

Na nota, a mesma fonte denuncia que os "ocupantes" russos "esperam envolver" na guerra "até 2.000 mercenários da Bielorrússia" pertencentes à empresa de segurança privada GardService - para compensar as "pesadas perdas" sofridas pelas suas forças armadas no terreno.

"Além disso, sabe-se que cerca de 100 mercenários de Angola chegaram já à Rússia", elabora a mesma nota, que dá conta de que a "participação" destes combatentes na guerra em território ucraniano "foi pessoalmente acordada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, durante a sua visita ao país africano" citado.

Acerca da estratégia russa de "envolver ainda mais mercenários" no conflito no leste europeu, o Centro Nacional de Resistência da Ucrânia explicou que se deve ao facto de a sua eventual morte não provocar "tensão social" na Rússia - ao contrário do que acontece se isso acontecer com combatentes recrutados no contexto de uma mobilização geral na Rússia.

Um estudo do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), 'um think-tank' norte-americano especializado em geopolítica, deu recentemente conta de que, no último ano, terão morrido entre 60 mil e 70 mil militares russos na Ucrânia - incluindo elementos das forças armadas, combatentes mercenários e outros envolvidos nas investidas russas no terreno.

Desde o início da guerra, que se iniciou a 24 de fevereiro do ano passado, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.

Até agora, mais de 8 mil civis já morreram, ao passo que mais de 13 mil ficaram feridos na sequência dos combates no terreno, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Leia Também: Contraofensiva ucraniana começará "muito em breve", avisa comandante

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