O Ministério da Defesa da Rússia avisou, esta sexta-feira, que o uso de munições de urânio empobrecido na Ucrânia poderá afetar o exército e as populações locais "durante décadas" ou até mesmo "séculos" - podendo, inclusive, ter vastas consequências sobre o setor agroalimentar do país.
"O Ocidente está bem consciente das consequências negativas do uso de munições de urânio empobrecido", apontou Igor Kirillov, líder das Forças de Proteção Química, Biológica e Nuclear do Ministério da Defesa da Rússia, numa declaração citada pela Reuters.
A mesma fonte acrescentou, ainda, que o uso deste tipo de munições por parte dos Estados Unidos e dos aliados nos Balcãs e no Iraque ilustram os impactos sérios e duradouros das mesmas sobre o ambiente e as populações locais.
E acrescentou, a este propósito, que o setor agroalimentar da Ucrânia pode mesmo sofrer "durante décadas, se não séculos", tais consequências.
A reação surge após o Reino Unido, no início desta semana, ter anunciado as suas intenções de enviar para a Ucrânia munições desta natureza, de modo a ajudar as forças ucranianas a combater as tropas russas no terreno.
Em causa está um anúncio que levou o presidente russo, Vladimir Putin, a considerar que os britânicos estavam, assim, a promover o envio de armamento com "componentes nucleares" para a frente de batalha.
Desde o início da guerra, que se iniciou a 24 de fevereiro do ano passado, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.
Até agora, mais de 8 mil civis já morreram, ao passo que mais de 13 mil ficaram feridos na sequência dos combates no terreno, segundo os cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Leia Também: Usar urânio empobrecido? "Haverá resposta assustadora. Servirá de lição"