Rússia acusa organização anti-armas químicas de "politização"
A Rússia acusou hoje a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW, na sigla inglesa) de "crescente politização" e manipulação por países ocidentais, ao que a organização respondeu com acusações de desinformação.
© REUTERS/Evgenia Novozhenina/File Photo
Mundo Rússia
Numa reunião nas Nações Unidas (ONU) sobre "Riscos decorrentes da politização das atividades da OPCW" convocada por Moscovo, o embaixador russo, Vasily Nebenzya, afirmou que qualquer discussão sobre o problema das armas químicas no Conselho de Segurança é transformada num debate político, citando diretamente o dossiê de armas químicas da Síria.
No final de janeiro, a OPCW acusou Damasco de um ataque com cloro no qual 43 pessoas morreram em 2018.
De acordo com a organização, pelo menos um helicóptero da Força Aérea Síria lançou dois barris de gás venenoso na cidade de Douma, perto de Damasco, durante a guerra civil.
Vasily Nebenzya criticou as conclusões da OPCW, alegando que "Damasco destruiu o seu arsenal químico há muito tempo".
O embaixador sírio, Bassam al-Sabbagh, afirmou que a Síria "experienciou ao longos dos últimos 10 anos um trabalho sem precedentes" e "práticas negativas" da OPCW.
"Fizeram investigações sem informar a Síria, o que levou a várias violações, nomeadamente em relação à recolha de provas", afirmou al-Sabbagh, acusando o órgão de "condutas pouco profissionais".
Por outro lado, vários diplomatas ocidentais, como dos Estados Unidos da América, afirmaram que esta reunião é mais um episódio da "campanha de desinformação da Rússia", que tenta agora "minar a longa história de transparência, trabalho técnico e profissionalismo do órgão independente que é a OPCW".
Delegações como a do Japão também criticaram o facto de o Governo Sírio continuar a não cooperar com a OPCW e instou Damasco a eliminar todo o seu programa de armas químicas.
Ao longo dos anos, os membros do Conselho de Segurança demonstraram visões totalmente diferentes sobre a credibilidade do trabalho da OPCW.
Enquanto vários membros, incluindo França, Reino Unido e Estados Unidos, expressam consistentemente apoio ao trabalho da organização, afirmando que é imparcial, profissional e essencial, outros membros, como China e Rússia, argumentam que a organização é tendenciosa e politizada.
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