No início de março, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) tinha reportado o desaparecimento de cerca de 2,5 toneladas de urânio natural armazenadas na cidade de Sabha, no sul da Líbia.
Dias depois, o general Khaled al-Mahjoub, comandante do departamento de comunicações do Exército Nacional da Líbia (LNA, na sigla em inglês) - força controlada pelo homem forte do leste da Líbia, Khalifa Haftar - disse que os contentores tinham sido encontrados a menos de cinco quilómetros do local onde tinham sido armazenados, na região de Sebha, no sul do país.
Hoje, a AIEA disse que inspetores desta agência visitaram a área em 21 de março e confirmaram a presença do urânio natural, embora admitam que uma "quantidade relativamente pequena" ainda não tenha sido contabilizada.
A agência acrescentou que não havia risco de radiação imediato no local e que o seu diretor-geral, Rafael Mariano Grossi, já tinha informado os estados-membros desta descoberta, na sexta-feira.
O urânio natural não pode ser usado imediatamente para produção de energia ou combustível para bombas, já que o processo de enriquecimento normalmente requer que o metal seja convertido em gás e depois alterado para atingir os níveis necessários.
O LNA acredita que os contentores foram roubados antes de serem abandonados por uma fação militar que opera no Chade, que julgava que as estruturas tinham no seu interior armas ou munições.
Várias fações militares do Chade e do Sudão têm bases operacionais no sul da Líbia, perto das suas fronteiras, o que facilita a organização de operações ilícitas.
O material remonta ao Governo do falecido ditador Moammar Kadhafi, que armazenou milhares de contentores de urânio natural para uma instalação que nunca foi construída e que se destinava ao seu programa de armas secretas.
As estimativas da AIEA é que a Líbia tenha detido cerca de 1.000 toneladas métricas de urânio natural, na era de Kadhafi.
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