"Hoje, na cidade de Zaporijia, tive com [o Presidente] Zelensky uma rica troca [de impressões] sobre a proteção da central nuclear de Zaporijia e do seu pessoal", disse o diretor da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) na rede social Twitter.
"Reiterei o total apoio da AIE às instalações nucleares da Ucrânia", acrescentou.
Apesar de continuar a ser operada por técnicos ucranianos, a central nuclear está ocupada por forças russas desde os primeiros dias da invasão da Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro de 2022.
Numa segunda mensagem, Grossi anunciou que esteve com Zelensky na central hidroelétrica de Dnieper, que disse ser "uma parte essencial" da segurança da central de Zaporijia.
Grossi disse que Zelensky lhe mostrou os estragos sofridos na central hidroelétrica, que têm causado cortes no fornecimento de energia à central nuclear.
O diretor da AIEA ilustrou as mensagens com fotografias da reunião e da visita.
I met 🇺🇦@ZelenskyyUa today in Zaporizhzhya City & had a rich exchange on the protection of the #Zaporizhzhya NPP and its staff. I reiterated the full support of the @IAEAorg to #Ukraine’s nuclear facilities. pic.twitter.com/fSPIMnYfhL
— Rafael MarianoGrossi (@rafaelmgrossi) March 27, 2023
O encontro realizou-se no âmbito de uma visita de Zelensky à linha da frente, durante a qual se reuniu com o comando das forças ucranianas na região.
"Na região de Zaporijia. Posições na linha da frente. Sinto-me honrado por estar aqui hoje, ao lado dos nossos militares", disse Zelensky na rede social Telegram, citado pela agência francesa AFP.
O líder ucraniano ilustrou a mensagem com um vídeo em que é visto a distribuir medalhas aos soldados.
"Obrigado por protegerem o nosso Estado, todos nós. Pela proteção dos nossos lares, integridade territorial e vida na Ucrânia", disse, segundo a agência local Ukrinform.
"Desejo-vos boa saúde. Desejo-vos uma grande vitória, e isso irá certamente acontecer", acrescentou.
A região de Zaporijia é uma das quatro que a Rússia declarou como parte do seu território no final de setembro de 2022, juntamente com Kherson, Donetsk e Lugansk.
Moscovo já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
A Ucrânia e os seus aliados não reconhecem a soberania russa nas regiões anexadas.
Kiev exige a retirada russa de todo o seu território como uma das pré-condições para eventuais conversações de paz, enquanto Moscovo diz que a Ucrânia tem de se adaptar à nova realidade.
Na semana passada, Zelensky esteve na região de Kherson (sul), parcialmente ocupada pela Rússia, depois de se ter aproximado de Bakhmut, o epicentro dos combates no leste.
Visitou igualmente a região de Kharkiv (nordeste).
As forças russas chegaram a controlar uma parte significativa de território ucraniano nas primeiras semanas da invasão, mas uma contraofensiva permitiu a Kiev repelir as tropas de Moscovo para sul e leste do país.
Para isso, a Ucrânia tem contado com armamento fornecido pelos seus aliados ocidentais.
Com um número de baixas civis e militares desconhecido, a guerra em curso há mais de um ano mergulhou a Europa na crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
[Notícia atualizada às 16h07]
Leia Também: Central nuclear de Zaporíjia em "estado precário"