Manifestantes israelitas travam reforma judicial de Netanyahu

Mais de 100 mil israelistas concentraram-se hoje em Jerusalém para protestar contra a reforma judicial do Governo de Benjamin Netanyahu, que foi obrigado a congelar o seu polémico plano após uma onda maciça de protestos.

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Lusa
28/03/2023 00:06 ‧ 28/03/2023 por Lusa

Mundo

Israel

No meio de uma greve geral, incluindo o encerramento de infraestruturas chave como o Aeroporto de Tel Aviv, bloqueios de estradas e atos de desobediência civil desde domingo à noite, dezenas de milhares de israelitas cercaram o parlamento para reiterar a sua firme oposição ao plano, entoando cânticos a favor da democracia num ambiente festivo.

Segundo a Efe, foi o ponto alto de um movimento de protesto sustentado que encurralou o Governo de direita e forçou Netanyahu a recuar.

Prova disso foram os protestos espontâneos generalizados por todo o país no domingo, após a demissão do ministro da defesa, Yoav Gallant, quando mais de 600.000 pessoas saíram à rua, e que continuaram hoje com uma nova ronda de manifestações em Jerusalém, uma das maiores das últimas décadas na Cidade Santa.

Muitos dos manifestantes viram a paragem da reforma como "uma vitória" da mobilização dos cidadãos, mas afirmam que não vão parar de protestar até que a reforma seja enterrada.

"Temos de continuar a protestar" porque "o governo está a ir longe demais", disse Becca Sousa, uma mulher de 59 anos, à EFE. Como muitas outros manifestantes, acenou com a bandeira israelita e instou o governo a manter a pressão sobre o Governo para reverter completamente o plano.

A polémica em torno da reforma judicial também agravou a polarização da sociedade israelita, e Jerusalém foi hoje testemunha disso, refere a Efe, adiantando que, na sequência do protesto maciço de manifestantes anti-reforma, associados de direita e extrema-direita do Governo israelita, como o Ministro Bezalel Smotrich, apelaram aos seus apoiantes para se reunirem na Cidade Santa, numa contra manifestação que também foi extensa.

"O povo exige a reforma judicial", cantaram milhares de pessoas que também se reuniram perto do parlamento, num protesto que, entre outros, reuniu religiosos sionistas, apoiantes de Netanyahu, judeus ortodoxos, residentes dos colonatos na Cisjordânia ocupada e adeptos da extrema-direita do clube de futebol Beitar Jerusalem.

Netanyahu advertiu hoje que o país está a caminhar para "um confronto perigoso" e exortou à ação para evitar "uma guerra civil".

Leia Também: Netanyahu anuncia pausa na reforma judicial e acalma tensões em Israel

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