A sessão foi incorporada esta terça-feira à programação do Conselho de Segurança e ocorrerá no último dia de março, pouco antes de a Rússia assumir a presidência rotativa do órgão mais importante das Nações Unidas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o acordo com a Bielorrússia, um país que faz fronteira com a Ucrânia, no sábado, um movimento que disse ser uma reação à decisão do Reino Unido de fornecer ao Exército ucraniano munição de urânio empobrecido.
O líder russo reconheceu que a munição britânica não é considerada uma arma de destruição em massa, mas é uma arma "mais perigosa".
Putin enfatizou também que o acordo com o seu aliado não viola os tratados de desarmamento existentes e que em 01 de julho será concluída a construção de um silo para colocar essas armas no país vizinho.
Em resposta, o Governo ucraniano escreveu às Nações Unidas no domingo a solicitar com urgência a realização de uma reunião sobre o anúncio do Kremlin e solicitou a participação do secretário-geral da organização, António Guterres.
O anúncio de Putin provocou críticas severas do Ocidente, com a NATO (sigla inglesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte) a denunciar uma "retórica perigosa e irresponsável da Rússia".
A União Europeia (UE) ameaçou a Bielorrússia com novas sanções se aceitasse acolher as armas nucleares russas.
Os Estados Unidos também condenaram a medida, mas reiteraram que não tinham motivos para acreditar que a Rússia se preparava para utilizar armas nucleares.
Já a Bielorrússia referiu esta terça-feira que aceitou acolher armas nucleares táticas russas em resposta a uma pressão ocidental sem precedentes.
No comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia realçou ainda que Minsk não terá controlo sobre as armas nucleares russas.
Defendeu ainda que a transferência destas não contradiz as disposições do tratado de não-proliferação nuclear.
Embora a Bielorrússia não esteja diretamente envolvida no conflito na Ucrânia, Moscovo utilizou o seu território para conduzir a sua ofensiva em Kiev, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
Liderado por Alexander Lukashenko desde 1994, o país vizinho da UE está ligado a Moscovo por um tratado que criou a União da Federação Russa e da Bielorrússia.
O tratado, que atualizou um acordo de 1997, foi assinado por Putin e Lukashenko em 08 de dezembro de 1999.
Putin e outros dirigentes russos têm repetidamente feito ameaças veladas de utilização de armas nucleares na Ucrânia, caso o conflito se agrave significativamente.
As armas nucleares táticas podem ter mais do triplo da potência da bomba atómica lançada pelos Estados Unidos na cidade japonesa de Hiroshima em 1945.
A Rússia tem capacidade para lançar este tipo de armas a partir de navios, aviões e forças terrestres, com um alcance de até 500 quilómetros.
Este armamento é considerado mais destrutivo do que uma ogiva convencional, embora tenha a mesma energia explosiva, e causa contaminação por radiação que afeta o ar, o solo, a água e a cadeia alimentar.
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