"Israel e os Estados Unidos tiveram diferenças ocasionais, mas quero garantir que a aliança entre a maior democracia do mundo e a forte, orgulhosa e independente democracia que é Israel, no coração do Médio Oriente, é inabalável. Nada pode mudar isso", afirmou Netanyahu durante a Cimeira da Democracia organizada pelos norte-americanos e realizada de forma virtual.
Estas declarações de Netanyahu têm um tom mais ameno, depois de o governante ter rejeitado hoje a sugestão do Presidente dos Estados Unidos, que lhe pediu para pôr de lado a reforma judicial, afirmando que Israel toma decisões próprias.
Netanyahu respondeu que Israel é um Estado soberano e que "adota as decisões de acordo com as vontades do próprio povo e não através de pressões estrangeiras, mesmo que seja do melhor dos amigos".
Trata-se de uma divergência pouco habitual entre os Estados Unidos e Israel, dois países aliados, marcando uma fricção mesmo depois de Netanyahu ter suspendido a proposta sobre a reforma judicial em Israel, após fortes protestos ao longo dos últimos dias.
Questionado pelos jornalistas na terça-feira, Joe Biden afirmou que o primeiro-ministro de Israel deve abandonar a proposta de reforma da Justiça.
"Eu espero que se afaste [da proposta]", disse o chefe de Estado norte-americano.
Na mesma declaração, Biden contornou ainda a sugestão do embaixador dos Estados Unidos em Israel, Thomas Nides, que abordou a possibilidade de uma visita oficial de Benjamin Netanyahu à Casa Branca, respondendo que "a curto prazo, não".
Desde a semana passada que os protestos contra o Governo de Israel se intensificaram significativamente nas ruas de vários pontos do país.
Netanyahu e os aliados ultranacionalistas anunciaram em janeiro a nova proposta de alteração do sistema judicial, pouco depois da tomada de posse do novo governo.
A proposta provocou a maior crise política em Israel das últimas décadas tendo vários setores da sociedade israelita acusado o primeiro-ministro de estar a impor uma ditadura.
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