A filha de 13 anos do cidadão russo que, na terça-feira, foi condenado a dois anos de prisão por "desacreditar as Forças Armadas da Rússia", escreveu-lhe uma carta a partir do orfanato para onde foi enviada.
Sublinhe-se que o homem foi detido após a filha fazer um desenho antiguerra na escola, na vila de Yefremov, a cerca de 240 quilómetros a sul de Moscovo. O homem, entretanto condenado, terá escrito comentários contra a invasão da Ucrânia nas redes sociais e usou o desenho da menina, que ilustrava uma família a ser bombardeada por mísseis russos.
Agora, a pedido do russo, identificado como Alexei Moskalyov, o seu advogado, Dmitry Zakhvatov, divulgou a carta que a menina, Masha Moskalyova, lhe enviou a partir da instituição do governo russo para a qual foi enviada.
"Sabe que vamos vencer, que a vitória será nossa, aconteça o que acontecer, estamos juntos, somos uma equipa, és o melhor", diz a carta, segundo cita a CNN.
"Está tudo bem comigo, eu amo-te muito e sei que não tens culpa de nada, estou sempre por ti e tudo o que fazes é certo", disse ainda.
Na missiva, a criança pede ao pai para não desistir e reitera que tem "orgulho" nele. "Eu espero, não, eu sei que tu não vais desistir, és forte, nós somos fortes, nós podemos, e eu vou orar por ti e por nós, pai… posso dizer que tenho orgulho do meu pai (...) Não quero escrever sobre a minha saúde e humor, não quero aborrecer-te, mas entendi que a verdade amarga é melhor do que a doce mentira", acrescentou.
A criança refere-se a um pingente que lhe irá enviar e remata descrevendo-o como "a pessoa mais corajosa do mundo".
Interrogado sobre o caso, esta quarta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou-se a comentar, referindo que esta era uma decisão do tribunal.
Sublinhe-se que a Rússia decidiu punir, em março de 2022, a divulgação de "informações falsas" sobre o Exército russo e de notícias de pedidos de sanções contra o país. As penas podem ir de multas graves até 15 anos de prisão.
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