Síria. Al-Assad remodela governo em pleno agravamento da crise económica
O presidente da Síria, Bashar al-Assad, remodelou hoje o Governo na sequência da elevada taxa de inflação registada naquele país, situação que agrava a crise económica em pleno início do Ramadão, o mês sagrado para os muçulmanos.
© Reuters
Mundo Síria
A agência noticiosa estatal Sana avançou que Assad substituiu os ministros com as pastas do Petróleo, Comércio Interno, Indústria, Assuntos Sociais e Trabalho, mas não adiantou os motivos da remodelação.
No entanto, as mudanças no executivo surgem no meio de sérias críticas públicas relacionadas com o aumento dos preços dos alimentos de primeira necessidade, face à escassez nos mercados locais, numa altura em que decorre o Ramadão, em que os muçulmanos observam um jejum desde a madrugada até ao pôr-do-sol.
A economia da Síria atingiu este ano o nível mais baixo desde o início do conflito, em 2011, com um aumento significativo da inflação, com a queda do valor da moeda local e com uma forte subida dos preços dos alimentos, consequências de anos de guerra civil, sanções ocidentais, corrupção generalizada e ainda do colapso económico que há três anos afeta o vizinho Líbano.
Depois do sismo de 06 de fevereiro atingir os territórios sírio e turco, em que provocou a morte de mais de 50.000 pessoas, 6.000 delas na Síria, as relações de Damasco com alguns países árabes melhoraram um pouco, com a ajuda de toda a região a fluir para um país já em si devastado pela guerra.
A Síria espera que a melhoria nas relações com as nações árabes do Golfo, ricas em petróleo, que anteriormente apoiavam a oposição armada síria, ajude a aliviar a crise económica.
Na semana passada, a televisão estatal saudita informou que o reino está em negociações com a Síria para reabrir a embaixada no país, uma década depois de a ter encerrado.
Nos últimos anos, outras nações árabes no Golfo Pérsico, incluindo os Emirados Árabes Unidos (EAU) e Bahrein, reabriram as embaixadas em Damasco.
Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos 'jihadistas', e várias frentes de combate.
Num território bastante fragmentado, o conflito civil na Síria provocou, desde 2011, mais de 490 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados.
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