Femke Halsema realizou hoje uma reunião com 400 moradores e empresários do bairro Amsterdam-Zuid, para "explicar os planos para o centro erótico", conforme consta do convite oficial.
Mas no encontro enfrentou muitas críticas dos presentes, alguns dos quais mostravam faixas e luzes vermelhas como forma de protesto contra o plano de transferir a prostituição para o bairro e os problemas que implica.
"Não tenho mais vontade de morar neste bairro e deixar o meu filho estudar na linha Noord-Zuid. Sou contra isto e é por isso que quero que a minha voz seja ouvida aqui. Isto é inaceitável", disse um morador do bairro, em declarações ao canal local AT5.
Desde 2019, líderes políticos locais preparam o lançamento de um "centro erótico" ou "hotel de prostituição", como alternativa ao Red Light District, tendo sido a lista de possíveis locais reduzida para três em fevereiro: "De Groene Zoom" e "Europaboulevard", ambos próximos à zona proposta para Amsterdam-Zuid, e a terceira opção na área de Docklandsplot, em Amsterdam-Noord.
A autarca revelou na reunião preocupações com possíveis tiroteios e tráfico de drogas no 'bairro vermelho' e, perante as críticas, assegurou que "no momento em que houver incómodo, em que houver traficantes - o que não creio que aconteça - haverá aplicação da lei".
Após mais de duas horas de reunião, segundo a imprensa no local, não houve reaproximação entre as partes sobre a possível transferência da prostituição para o distrito sul de Amesterdão.
A própria autarca terá admitido que encerrava a reunião com a sensação de que "ninguém foi conquistado", embora tenha ressalvado que "as pessoas também não estavam a fim de se convencer de nada, vieram mesmo protestar e isso é direito delas, mas o debate continua", já que não foi ainda tomada a decisão definitiva sobre a localização do centro erótico.
O projeto prevê a construção de um prédio que terá 100 vagas disponíveis para profissionais do sexo, independentemente de género ou orientação sexual, e a instalação também contará com salas de descanso e espaço dedicado a serviços sociais e de saúde e negócios de entretenimento (erótico), restauração, educação, arte e cultura.
Além dos moradores, a autarca de Amesterdão também se desentendeu, nas últimas semanas, com as profissionais do sexo, que também não concordam com a transferência para a periferia da cidade.
Leia Também: Amesterdão vai proibir consumo de canábis em espaços públicos