A Ucrânia afirmou, esta segunda-feira, que as forças russas estão "muito longe" de capturar Bakhmut, contradizendo as alegações do grupo Wagner, que anunciou que os mercenários hastearam a bandeira da Rússia no edifício da administração da cidade, defendendo que, "de um ponto de vista legal", a cidade tinha sido "tomada".
"O inimigo continua o seu ataque à cidade de Bakhmut. No entanto, os nossos defensores defendem corajosamente a cidade", disseram militares ucranianos à Reuters.
Serhiy Bratchuk, porta-voz da administração militar de Odessa, também rejeitou as alegações do grupo Wagner.
"Se a bandeira da Ucrânia está pendurada num prédio de Moscovo, isso significa que Moscovo foi tomada?", escreveu no Telegram.
Recorde-se que, no domingo à noite, o chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, afirmou que foi hasteada a bandeira da Rússia no edifício da administração da cidade de Bakhmut.
Bakhmut, uma cidade de cerca de 70 mil habitantes antes da guerra, tem sido palco de combates durante meses. Devido à duração da batalha e às pesadas perdas sofridas por ambos os lados, a cidade tornou-se o símbolo da luta entre russos e ucranianos pelo controlo da região industrial de Donbass.
As tropas russas têm vindo a avançar a norte e a sul da cidade nos últimos meses, cortando várias rotas de abastecimento ucranianas, ao mesmo tempo que assumem o controlo da parte oriental. A 20 de março, Yevgeny Prigozhin afirmou que a Wagner controlava 70% de Bakhmut.
Apesar de vários aliados e analistas defenderem que as forças ucranianas deviam abandonar Bakhmut, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, recusa-se a entregar a cidade, que se tornou num símbolo da resistência à invasão russa, apesar de, no discurso de domingo à noite, ter reconhecido que a situação em Bakhmut era difícil para as tropas do país.
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