O pedido da reunião foi feito em coordenação com a Autoridade Palestiniana e o Egito, "pouco depois de as forças israelitas terem invadido o recinto sagrado e agredido os fiéis muçulmanos", segundo a agência noticiosa oficial jordana Petra.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros jordano, Sinan Majali, advertiu que "violações e ataques contínuos a locais sagrados poderão levar a uma maior escalada".
O porta-voz responsabilizou Israel "pela proteção dos fiéis na mesquita Al-Aqsa e pelas consequências nefastas desta escalada", noticiou a agência espanhola EFE.
A Jordânia é a guardiã dos locais sagrados muçulmanos e cristãos em Jerusalém Oriental, embora Israel controle o acesso e as visitas a esses locais, ao abrigo dos acordos de paz subscritos pelos dois países em 1994.
Os polícias entraram na mesquita, de madrugada, e envolveram-se em confrontos com palestinianos que se tinham barricado no templo com pedras e fogo-de-artifício, segundo um porta-voz israelita.
As autoridades israelitas disseram que a polícia tentou negociar a evacuação da mesquita, sem sucesso, o que levou os agentes a entrar no templo, "onde foram recebidos com violência".
Um porta-voz do exército israelita disse que a situação na Esplanada das Mesquitas, conhecida pelos judeus como Monte do Templo, estava agora calma.
"Os fiéis muçulmanos e turistas regressaram à zona para as orações matinais", afirmou o mesmo porta-voz.
A polícia israelita disse que deteve mais de 300 palestinianos na mesquita, enquanto a agência oficial palestiniana Wafa noticiou mais de 400 detenções e dezenas de feridos.
Os incidentes foram condenados pela Autoridade Palestiniana, pelo movimento islâmico Hamas (que governa a Faixa de Gaza desde 2007) e por países como o Egito, a Turquia e Marrocos.
O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, considerou que "ações irresponsáveis em locais sagrados afetam os sentimentos religiosos de milhões de muçulmanos em todo o mundo, especialmente durante o mês sagrado do Ramadão".
O antigo chefe da diplomacia egípcia exortou o Conselho de Segurança da ONU a "agir rapidamente para fazer Israel parar esta perigosa escalada" e alertou para o perigo de uma explosão da situação nos Territórios Palestinianos Ocupados.
O coordenador especial da ONU para o processo de paz no Médio Oriente, Tor Wennesland, disse ter ficado "horrorizado com as imagens de violência no interior da mesquita".
"Estou preocupado com o aparente espancamento de palestinianos pelas forças de segurança israelitas e com o grande número de detenções", disse Wennesland num comunicado citado pela agência espanhola EFE.
Wennesland também rejeitou "o armazenamento e utilização de fogo-de-artifício e pedras pelos palestinianos" dentro da mesquita, e apelou para a manutenção do 'status quo' dos locais sagrados de Jerusalém.
"Os líderes de todos os lados devem agir responsavelmente e evitar passos que possam aumentar as tensões", acrescentou.
Leia Também: Cimeira da Liga Árabe a 19 de maio na Arábia Saudita com enfoque na Síria