"Um avião do Exército Popular de Libertação [EPL] e três navios [do EPL] foram detetados às 06h00" (23h00 de quarta-feira em Lisboa), disse o Ministério da Defesa de Taiwan, em comunicado.
"As forças armadas monitorizaram a situação e encarregaram um avião da Patrulha de Combate Aéreo, navios da marinha e sistemas de mísseis terrestres de responder a estas atividades", acrescentou.
Tsai Ing-wen, que vem de um partido tradicionalmente defensor da independência da ilha - uma linha vermelha absoluta para a China - encontrou-se na quarta-feira com Kevin McCarthy na Biblioteca Presidencial Ronald Reagan em Simi Valley, perto de Los Angeles, apesar das repetidas ameaças de retaliação de Pequim nas últimas semanas.
A China lançou manobras militares sem precedentes em torno de Taiwan em agosto passado, quando a antecessora de McCarthy na Câmara, a democrata Nancy Pelosi, visitou Taiwan.
Pequim prometeu na quinta-feira "medidas determinadas e eficazes para salvaguardar a soberania e integridade territorial". O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês comparou a reunião Tsai-McCarthy em solo norte-americano a "atos de conluio gravemente equivocados" entre os EUA e Taiwan, de acordo com uma declaração.
O anúncio chegou quando o Presidente francês, Emmanuel Macron, se encontra numa visita de estado a Pequim, tendo previsto um encontro durante o dia com o homólogo chinês, Xi Jinping.
O Taipei Mainland Affairs Council (MAC), o principal órgão de decisão política da ilha autónoma em relação à China, acusou Pequim na quarta-feira de "obstruir o comércio" no estreito de Taiwan através da realização de inspeções no local a navios de carga e de passageiros.
As autoridades marítimas chinesas tinham dito anteriormente que estavam a intensificar as patrulhas nas águas que separam a ilha da China continental, sem darem mais pormenores.
"A ação do lado chinês agrava deliberadamente as tensões entre os dois lados do estreito", disse o MAC.
"Trata-se de uma violação flagrante do acordo de navegação entre os dois lados do estreito e das práticas marítimas, que terá um impacto negativo significativo no tráfego normal entre os dois lados do estreito", disse Taiwan.
A China considera que a ilha democrática e autónoma de Taiwan é uma das suas províncias a ser retomada, favorecendo a "reunificação pacífica", mas não excluindo o uso da força.
Em nome do princípio "uma só China", nenhum país deve ter laços oficiais com Pequim e Taipé ao mesmo tempo.
Apenas 13 Estados ainda reconhecem Taiwan, incluindo Belize e Guatemala, países latino-americanos que Tsai visitou nos últimos dias para cimentar a relação com os poucos aliados oficiais, após uma primeira paragem em Nova Iorque.
Mas os EUA mantêm há muito tempo uma "ambiguidade estratégica" sobre a questão de Taiwan. Washington reconheceu Pequim desde 1979, mas continua a ser o mais poderoso aliado de Taiwan e o principal fornecedor de armas.
Com Tsai, Taiwan aproximou-se dos EUA, tendo McCarthy apelado para a "continuação das vendas de armas" à ilha, defendendo serem a "melhor maneira" de evitar uma invasão chinesa da ilha. "Esta é uma lição chave que aprendemos com a Ucrânia, que a ideia de meras sanções no futuro não irá deter ninguém", disse o Republicano aos jornalistas.
Esta é a primeira vez que um líder da Câmara dos Representantes recebe oficialmente a Presidente de Taiwan em solo norte-americano desde que as relações diplomáticas diretas cessaram, há 44 anos.
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