As autoridades francesas disseram, anteriormente, que Macron vai instar Xi a usar a sua influência junto do presidente russo, Vladimir Putin, para promover a paz na Ucrânia, mas que não esperam grandes mudanças na posição da China.
Xi e Putin declararam, anteriormente, uma "amizade sem limites" entre os seus países, nas vésperas da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. Pequim recusou-se a criticar Moscovo, mas tentou manter uma imagem de neutralidade e apelou a um cessar-fogo e a conversações de paz.
Macron disse durante uma reunião com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, que queria falar sobre a "Ucrânia, mas também sobre todos os grandes conflitos e as situações difíceis em todo o mundo".
"A capacidade de partilhar uma análise comum e construir um caminho comum é essencial", apontou.
Li disse que provavelmente haverá um "amplo consenso" entre Macron e Xi, mas não deu nenhuma indicação se Pequim estaria disposto a pressionar Moscovo para acabar com a guerra. A reunião "vai enviar sinais positivos sobre os esforços concertados da China, França e Europa, para manter a paz e a estabilidade mundiais", afirmou.
Macron foi acompanhado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa demonstração de unidade europeia nas relações com Pequim.
Na quarta-feira realçou que quer "envolver a China em direção a uma responsabilidade partilhada pela paz" na Ucrânia.
O chefe de Estado francês disse ter esperança de que a China "vai participar de iniciativas úteis para o povo ucraniano".
Pequim quer manter o governo de Putin como um parceiro diplomático viável, para contrapor a ordem democrática liberal liderada pelos Estados Unidos, e um fornecedor de energia de confiança.
As compras de petróleo russo pela China aumentaram 24% em termos homólogos em janeiro e fevereiro, permitindo à Rússia ultrapassar a Arábia Saudita como a maior fornecedora de crude do país vizinho, segundo dados oficiais divulgados no mês passado.
Isto suscitou uma relação que os analistas consideram ser assimétrica, a favor da China, mas Xi parece relutante em pressionar Putin.
Os 31 países membros da NATO alertaram na quarta-feira para "consequências graves" caso a China comece a enviar armas e munições para a Rússia.
O secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, disse que fornecer "ajuda letal" seria um "erro histórico". Ele alertou que haveria "consequências graves", mas recusou-se a dar detalhes.
Na semana passada, Von der Leyen advertiu que a União Europeia deve estar preparada para desenvolver medidas para proteger o comércio e o investimento que a China possa explorar para os seus próprios fins militares e de segurança.
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