"Temos a capacidade e a responsabilidade de superar diferenças e obstáculos para manter uma parceria estável, mutuamente benéfica, empreendedora e dinâmica", disse Xi a Macron, durante um encontro no Grande Palácio do Povo, em Pequim, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
"Desta forma, praticaremos o verdadeiro multilateralismo, em defesa da paz, estabilidade e prosperidade mundiais", acrescentou o chefe de Estado chinês.
De acordo com o texto oficial, Xi Jinping não mencionou a guerra em curso na Ucrânia, afirmando apenas que, como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (com poder de veto), China e França deveriam ser "firmes defensores de um mundo multipolar" e de "maior democracia nas relações internacionais".
"Apesar de um lapso de mais de três anos e apesar de um cenário internacional instável e em mudança, a China e a França trabalharam para manter um ímpeto de relações positivo e sólido. Confiámos na luta contra a pandemia [de covid-19] e assistimos a um crescimento sólido do comércio bilateral e da cooperação nos setores aeroespacial, aeronáutico, agrícola e alimentar", referiu.
Xi Jinping também destacou a coordenação entre os dois países em questões como as alterações climáticas, a biodiversidade e o desenvolvimento de África.
De acordo com o comunicado da diplomacia chinesa, a visita de Macron é "a primeira de um chefe de Estado europeu desde a retoma dos intercâmbios da China com o mundo" após a pandemia, e "injetará um novo impulso e uma nova vitalidade nas relações China-Europa".
O Presidente francês chegou na quarta-feira a Pequim, onde, além do encontro bilateral com Xi, manterá um encontro conjunto com o chefe de Estado chinês e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que também está no país asiático.
Macron é o segundo líder europeu a visitar a China - depois do primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez na semana passada - desde que Xi se reuniu em Moscovo com o Presidente russo, Vladimir Putin, para explicar a sua proposta de paz para a guerra na Ucrânia e mostrar a força da relação sino-russa.
Na sexta-feira, Macron vai viajar para a cidade de Cantão, no sul do país, onde irá reunir-se com estudantes chineses da Universidade Sun Yat-Sen e investidores chineses.
A imprensa local destacou que esta é a primeira vez que um Presidente francês visita a cidade, indicando que grande parte da delegação que acompanha o chefe de Estado tem interesses económicos na região, como as empresas Airbus, EDF, Alstom ou Veolia, e ambiciona fechar novos acordos comerciais.
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