Burkina Faso nega aproximação ao grupo Wagner mas quer ajuda da Rússia

O Burkina Faso negou a aproximação ao grupo de mercenários Wagner, mas quer instrutores russos a treinar os seus soldados, após a compra de novos equipamentos a Moscovo e da expulsão dos soldados franceses.

Notícia

© iStock

Lusa
07/04/2023 12:34 ‧ 07/04/2023 por Lusa

Mundo

Wagner

"Pedimos ao governo russo, a propósito da colaboração bilateral entre o Burkina e a Rússia, que nos envie pessoas para treinar os nossos homens", afirmou o secretário-geral do grupo civil Save Burkina, Mamadou Drabo.

Este grupo apoia a junta militar, que governa o país desde o golpe de Estado, que ocorreu em janeiro de 2022, contra o então Presidente Roch Marc Christian Kaboré.

Os rumores de que a junta militar estaria a aproximar-se do grupo russo de mercenários Wagner surgiu algumas semanas após a expulsão de centenas de soldados franceses.

Em fevereiro, as autoridades anunciaram a utilização de 30 milhões de dólares (cerca de 27,5 milhões de euros) em ouro, alegando "necessidades públicas".

"Pode ser coincidência esta utilização do ouro, após a expulsão dos soldados franceses [...]. Ainda assim, alguns investidores temem que o Estado renegue os acordos existentes e prejudique as minas industriais para pagara aos militares russos", apontou William Linder, oficial reformado da CIA.

Um relatório da Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transacional revelou que a venda de armas e os acordos bilaterais de cooperação militar entre a Rússia e alguns países africanos foram, em alguns casos, precursores do envio de tropas mercenárias de Wagner.

O grupo Wagner, fundado por Yevgeny Prigozhin, milionário russo ligado ao Presidente Vladimir Putin, tem cerca de 1.000 soldados no Mali há mais de um ano.

Em janeiro, o Burkina Faso ordenou a saída de cerca de 400 soldados franceses do país, cortando as relações militares com Paris.

França mantém tropas na região Sahel, na África Ocidental, desde 2013, quando ajudou a expulsar extremistas islâmicos do poder.

Contudo, tem enfrentado a resistência da população, que diz que a presença militar de França tem rendido poucos resultados face ao agravamento dos ataques jihadistas.

A junta militar do Burkina Faso já referiu não ter nada contra o país, justificando a sua expulsão com a necessidade de diversificar os seus parceiros militares.

Leia Também: Ucrânia. Chefe do grupo Wagner reconhece que continua a sofrer perdas

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas