A ameaça foi feita pelo governante russo na Turquia, após uma reunião com o seu homólogo turco, Mevlut Cavusoglu.
"Se não houver progresso na remoção de obstáculos às exportações russas de fertilizantes e grãos, então questionar-nos-emos se esse acordo é necessário", alertou Lavrov.
O acordo que permite que cereais ucranianos sejam exportados, através do Mar Negro, apesar da guerra, foi prorrogado em 19 de março.
Sergei Lavrov foi também recebido pelo Presidente da Turquia, Recep Erdogan, no palácio presidencial, mas não foi revelado nenhum detalhe sobre este encontro.
O governante russo queixou-se das dificuldades que a Rússia está a ter para exportar os seus produtos agrícolas, como cereais e fertilizantes, nomeadamente no acesso a seguros para o transporte.
Lavrov denunciou também a desigualdade das exportações ucranianas entre países ricos e pobres.
Também durante o dia de hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo defendeu que as negociações para a paz com a Ucrânia dependem do estabelecimento de uma "nova ordem mundial", em que não se verifique um domínio americano.
"As negociações só podem ocorrer tendo em conta os interesses russos. Estes são os princípios sobre os quais a nova ordem mundial será baseada", evidenciou Sergei Lavrov em conferência de imprensa com o seu homólogo turco, realizada no âmbito da sua deslocação à Turquia.
A Ucrânia é um dos principais produtores mundiais de cereais.
O acordo facilitou a exportação de 25 milhões de toneladas de cereais em mais de 1.600 viagens de navios mercantes desde julho passado. Cinquenta e cinco por cento destes alimentos foram para países em desenvolvimento.
O Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo turco, Erdogan, têm um relacionamento próximo, seja por telefone ou através de reuniões presenciais, tendo-se encontrado no ano passado por quatro vezes.
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