O principal conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, criticou, esta segunda-feira, a Bielorrússia, assinalando, com alguma ironia, o facto de o país falar em "garantias de segurança" quando está "na boca do crocodilo", numa referência à Rússia.
Estas declarações do assessor presidencial da Ucrânia surgem já depois de o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, ter dado conta do compromisso assumido pelo seu homólogo russo, Vladimir Putin, de que, no caso de ocorrer uma agressão ocidental à Bielorrússia, a Rússia defenderá o país vizinho "como se fosse o seu próprio território" - assinalando este compromisso como o "tipo de garantia de segurança" de que Minsk necessita.
"Difícil imaginar um antílope a pedir garantias de segurança na boca do crocodilo", começou por escrever Podolyak, numa publicação divulgada no Twitter.
"A única ameaça existencial para a Bielorrússia é a Rússia declarar abertamente a absorção do país e colocar em perigo as pessoas da Bielorrússia (e não só) com travessuras nucleares. Desejos estranhos que não requerem mais análise política", acrescentou ainda.
Hard to imagine an antelope asking for security guarantees in the crocodile's mouth. The only existential threat to 🇧🇾 is 🇷🇺 openly declaring the country's absorption & endangering 🇧🇾 (& not only) people with nuclear antics. Weird desires that require no longer political analysis
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) April 10, 2023
Recorde-se que Lukashenko deslocou-se na semana passada a Moscovo para um encontro com Putin e também para participar da reunião do conselho supremo da União Estatal, uma aliança que integra os dois países.
Liderada por Alexander Lukashenko desde 1994, a Bielorrússia, país vizinho da União Europeia (UE), está ligada a Moscovo por um tratado que criou a União Estatal. O tratado, que atualizou um acordo de 1997, foi assinado por Putin e Lukashenko em 8 de dezembro de 1999.
Na reunião da semana passada, os dois líderes abordaram principalmente questões de segurança no contexto da guerra na Ucrânia, desencadeada por uma ofensiva militar russa iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
Hoje, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, deslocou-se a Minsk para continuar as conversações sobre a segurança territorial da Bielorrússia.
Segundo a Belta, Lukashenko agradeceu a Shoigu pela decisão de Moscovo manter tropas em território bielorrusso, "apesar de todas as dificuldades". Na mesma linha, Shoigu valorizou o facto de Minsk ter montado cinco campos de instrução militar em território bielorrusso destinados às tropas russas.
No final de março, Vladimir Putin deu conta de um acordo para a instalação de armas nucleares táticas russas no território da Bielorrússia em resposta ao anúncio britânico do fornecimento de munições de urânio empobrecido às Forças Armadas ucranianas.
Já em abril, a Rússia indicou que a decisão de enviar armas nucleares táticas de curto alcance para a Bielorrússia constitui uma resposta à decisão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) de se aproximar das fronteiras russas.
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