"Queremos ser abertos, precisamos de aliados, queremos bons amigos, queremos parceiros. Mas queremos estar em posição de os poder escolher, de não depender deles", disse Macron, num evento organizado em Haia pelo Nexus Institute, uma instituição dedicada ao estudo do património cultural europeu.
A frase de Macron está a ser interpretada por vários analistas como uma referência à forma como os Estados Unidos estão a confrontar o regime chinês sobre a questão de Taiwan, sobre a qual o Presidente francês prefere demarcar-se.
O chefe de Estado francês não fez qualquer referência específica às inúmeras críticas que tem recebido pela sua alegada mudança de posição sobre Taiwan, transmitida numa entrevista publicada no domingo após a sua visita à China.
Nessa entrevista, Macron defendeu que a União Europeia (UE) deve ter uma posição própria sobre o conflito entre a China e Taiwan, não ficando dependente da posição adotada pelos Estados Unidos, rompendo assim com o alinhamento transatlântico sobre esta questão diplomaticamente delicada.
Milhares de franceses manifestaram-se nas últimas semanas em várias cidades para exigir a retirada da lei que aumenta a idade mínima de reforma de 62 para 64 anos.
Macron está numa visita oficial a Haia, a primeira de um chefe de Estado francês aos Países Baixos em 23 anos.
Emmanuel e a mulher, Briggite Macron, permanecem hoje e na quarta-feira nos Países Baixos a convite do Rei Willem-Alexander, que recebeu o casal com uma cerimónia em Amesterdão.
Paris e Haia têm discordado frequentes vezes no que diz respeito a matérias de foro financeiro da UE, com os Países Baixos a alinharem geralmente com a Alemanha, nomeadamente nas críticas aos excessos de gastos do Governo francês.
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