O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Ryabkov, afirmou, esta quarta-feira, que o facto de os Estados Unidos da América (EUA) terem denunciado formalmente a “detenção arbitrária” de Evan Gershkovich, o jornalista norte-americano acusado de espionagem, “não tem qualquer significado” e não irá alterar a posição de Moscovo em relação ao caso.
“Não toleraremos quaisquer tentativas de nos pressionar, e não tem qualquer significado o estatuto que atribuem a esta pessoa em Washington. Agiremos de acordo com as nossas próprias necessidades internas, normas e leis que se aplicam nesta situação, e nada mais”, disse o responsável à agência de notícias russa TASS, citado pela Reuters.
A posição de Moscovo surge após o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter determinado que “Evan Gershkovich está detido de forma arbitrária pela Rússia”.
“O jornalismo não é um crime. Condenamos a repressão contínua pelo Kremlin das vozes independentes na Rússia e a sua guerra contra a verdade”, lê-se num comunicado do porta-voz do departamento, Vedant Patel.
O jornalista, que trabalhou para a AFP, foi detido pelos serviços de segurança russos quando estava em reportagem em Yekaterinburg, nos Urais, em finais de março. Na quinta-feira foi formalmente acusado de espionagem, acusação que ele e o Wall Street Journal, para o qual trabalhava agora, rejeitaram veementemente.
Na terça-feira, o presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, descreveu a detenção como “totalmente ilegal”. No mesmo dia, a família do jornalista revelou que falou com Biden, que lhe garantiu que o “governo dos EUA está a fazer tudo o que está ao seu alcance” para trazer Gershkovich “para casa o mais rápido possível”.
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