Machismo, imitações de Trump e refugiados: As polémicas de Dalai Lama

O vídeo a beijar uma criança chocou mas, contudo, esta não é a única situação do líder que é polémica e alvo de críticas nos últimos anos. 

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Notícias ao Minuto
12/04/2023 11:30 ‧ 12/04/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Dalai Lama

O vídeo onde Dalai Lama surge a beijar um criança nos lábios e a pedir-lhe que lhe "chupe a língua" correram o mundo nos últimos dias e geraram um onda de choque e revolta. Contudo, esta não é a única situação em que o líder se vê envolto em polémica e críticas nos últimos anos

Recorde-se que, no vídeo que circulou recentemente, pode ver-se o líder espiritual que, ao ser interpelado por uma criança que lhe pede um abraço, gesticula para a bochecha. Depois, beija-o na boca, e diz-lhe que pode “chupar-lhe a língua”, colocando-a de fora, testa com testa com a criança. O menino replica o gesto, antes de se afastar, ao mesmo tempo que o monge, de 87 anos, o puxa para outro abraço, entre risos.

O incidente terá ocorrido no final de fevereiro, no templo de Sua Santidade, em Dharamshala, na Índia, perante uma audiência de cerca de 100 estudantes que teriam terminado os estudos na M3M Foundation, relata o The Guardian.

Perante esta interação, classificada pelos internautas como “perturbadora”, “inapropriada” e “nojenta”, o gabinete do líder espiritual assegurou, em comunicado, que o seu comportamento foi “inocente e brincalhão”, pedindo desculpa ao menino e à sua família “pela dor que as suas palavras possam ter causado”.

“Sua santidade costuma provocar as pessoas que conhece de maneira inocente e divertida, mesmo em público e diante das câmaras. Ele lamenta o incidente”, lê-se, em nota emitida nas redes sociais.

De notar que mostrar a língua é uma saudação tradicional na cultura do Tibete, encarada como sinal de respeito.

"Mais atraente"

Em 2019, o líder religioso deu uma entrevista à BBC, com declarações consideradas machistas. Questionado sobre a possibilidade do próximo Dalai Lama ser uma mulher, ele respondeu, em inglês, que esta  deveria ser mais bonita do que ele.

"Se uma Dalai Lama mulher vier, ela deverá ser mais atraente", disse, rindo, acrescentando que, “caso contrário, não terá grande validade.”

Tal como na mais recente polémica, foi necessário um pedido de desculpas, perante a reação do público.

Sublinhe-se que os budistas acreditam na reencarnação após a morte. Para o budismo tibetano, o líder religioso e chefe de Estado conhecido como Dalai Lama é a reencarnação de um líder nascido pela primeira vez em 1391. O atual Dalai Lama, Tenzin Gyatso, considerado a 14.ª reencarnação, tem 87 anos.

Visitou líder de seita

Após investigações de 2017 revelarem que o grupo americano Nxivm era uma seita que mantinha escravas sexuais, Dalai Lama foi criticado por ter participado num evento do grupo e se encontrado com o líder da seita, Keith Raniere - hoje detido e condenado nos EUA.

O evento no qual o líder religioso participou foi em 2009, antes das denúncias contra o grupo. Uma das líderes do grupo, Sara Bronfman, terá responsável por conseguir a presença do líder por ter uma relação próxima com um funcionário do líder religioso, o autodeclarado "emissário da paz" lama Tenzin Dhonden.

Já em 2017, Dhonden foi exonerado do cargo que tinha na fundação do líder tibetano por ser acusado de corrupção.

Imitou Trump

Em 2016, Dalai Lama fez uma personificação de Donald Trump, imitando o cabelo e a boca com as suas mãos. Nessa mesma entrevista, expressou desagrado para com a política de fronteiras fechadas implementada por Trump, mas também com a retirada dos EUA dos Acordos de Paris de luta contra as alterações climáticas.

“A Europa pertence aos europeus”

Em 2016, em entrevista ao jornal alemão FAZ, o líder tibetabi afirmou que existem demasiados refugiados na Europa. “A Europa, e por exemplo a Alemanha, não se pode tornar num país árabe“, afirmou na altura o líder espiritual, não descartando a responsabilidade dos países europeus em ajudar tais pessoas. 

“E em termos morais, acho que os refugiados podem apenas ser acolhidos de forma temporária. O objetivo devia ser mandá-los de volta e ajudá-los a reconstruir os seus próprios países", disse. 

Já em 2018, na Suécia, disse que a Europa é “moralmente responsável por ajudar um refugiado que enfrente realmente perigo na sua vida”. Defendeu ainda que “a Europa pertence aos europeus” e que os países deviam deixar claro para os refugiados que estes deveriam reconstruir os seus próprios países.

Esta ideia foi reforçada ainda em 2019, numa entrevista à BBC. 

Leia Também: Dalai Lama tem "de ser investigado". "Não fazer nada é normalizar abuso"

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