"O nosso país atravessa uma conjuntura perigosa, cujos perigos aumentaram, uma vez que a direção das Forças de Apoio Rápido (FAR) mobiliza forças dentro da capital e em algumas cidades sem o consentimento ou coordenação das Forças Armadas", disse o porta-voz militar, Nabil Abdalá, em comunicado
O militar afirmou que esta mobilização das FAR desencadeou "uma onda de pânico e medo entre os cidadãos e aumentou a tensão e o risco entre as forças regulares".
Por seu lado, as FAR afirmaram na quarta-feira à noite em comunicado que estão a trabalhar "em plena coordenação e harmonia" com as Forças Armadas e que as suas deslocações na região "estão dentro das suas tarefas e deveres nacionais garantidos por lei".
A tensão aumentou entre as Forças de Apoio Rápido e as Forças Armadas Sudanesas na sequência do encontro sobre a reforma militar e de segurança recentemente organizado em preparação para a integração e unificação das FAR no Exército, conforme estipulado no acordo-quadro assinado entre as duas partes em dezembro.
As FAR são uma força paramilitar liderada pelo vice-presidente do Conselho Soberano e número dois do Exército, Mohamed Hamdan Dagalo, que surgiu das milícias Yanyawid, acusadas de crimes contra a humanidade durante o conflito de Darfur (2003-2008).
O grupo também foi acusado de matar e sequestrar manifestantes pró-democracia durante a chamada revolução sudanesa, que em 2019 derrubou o regime de três décadas do ex-ditador Omar al Bashir.
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