A resolução, que "apela ao fim do conflito o mais rapidamente possível e pede uma paz duradoura", recebeu 10 votos a favor, incluindo o da Rússia, e nenhum contra.
Os quatro países da União Europeia (UE) (França, Eslovénia, Grécia, Dinamarca) e o Reino Unido abstiveram-se, evitando usar o seu poder de veto.
A resolução, uma das mais curtas de que há memória recente, menciona um "conflito entre a Ucrânia e a Federação Russa", "implora um fim rápido ao conflito" e "pede uma paz duradoura".
A sessão foi precedida por discursos fortes do Reino Unido e da França sobre a necessidade de diferenciar entre o agressor e a vítima na Ucrânia, e a exigência de que a resolução incluísse o respeito pela integridade territorial e pela soberania da Ucrânia, mas nada disso aconteceu, e quando chegou a hora da verdade, ambos os países optaram pela abstenção, tal como o resto da Europa (Dinamarca, Eslovénia e Grécia).
Houve também tentativas dos cinco países e da Rússia para introduzir emendas ao texto dos EUA, mas nenhuma delas conseguiu garantir os nove votos necessários.
A derrota dos EUA na Assembleia Geral hoje de manhã - quando o texto foi diluído pelas inúmeras emendas pró-Ucrânia - foi, portanto, de certa forma corrigida pelo que aconteceu à tarde, o que representa uma vitória para a nova linha adotada pela administração do presidente norte-americano Donald Trump em relação à Ucrânia.
A resolução dos EUA foi apenas negociada pelos 15 membros do Conselho, como foi anunciado na sexta-feira à noite, e enquanto a França e o Reino Unido pediram tempo até terça-feira para negociar novas alterações, os diplomatas norte-americanos recusaram completamente.
O que aconteceu hoje, quer na Assembleia Geral como no Conselho de Segurança, trouxe à tona as profundas diferenças entre os Estados Unidos e os seus antigos aliados europeus, com os quais já estão em desacordo noutras questões que vão desde as tarifas, as reivindicações territoriais (Groenlândia) e a interferência política de Washington em vários países europeus, noticiou a agência Efe.
Em 2022 e 2023, os votos a favor da Ucrânia foram esmagadores, com 141 votos a favor (de 193 membros da ONU) em ambas as ocasiões, mas o que aconteceu hoje mostra que o apoio à Ucrânia está a evaporar-se fora do território da União Europeia, onde também há dissidentes pró-Rússia, como a Hungria.
A assembleia aprovou primeiro a resolução ucraniana, que exige a retirada imediata das tropas russas e considera a agressão de Moscovo uma violação da Carta da ONU. A votação foi de 93-18 com 65 abstenções.
Não é claro o que a votação de hoje no Conselho de Segurança significará aqui para a frente, uma vez que as suas resoluções são vinculativas, ao contrário das da Assembleia, que são meramente simbólicas.
[Notícia atualizada às 23h10]
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