Israel recusa a entrada de duas eurodeputadas no país

Israel recusou hoje a entrada de duas deputadas do Parlamento Europeu, que foram obrigadas a voltar à Europa, acusando uma das eurodeputadas de promover um boicote ao país.

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Lusa
24/02/2025 22:32 ‧ há 2 horas por Lusa

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Médio Oriente

O ministro do Interior israelita, Moshe Arbel, a acusou a eurodeputada francesa, Rima Hassan, de trabalhar "consistentemente para promover boicotes contra Israel, para além de numerosas declarações públicas, tanto nas redes sociais como em entrevistas aos meios de comunicação social".

 

Lynn Boylan, que preside à delegação do Parlamento Europeu para a Palestina, e Rima Hassan não puderam entrar no aeroporto Ben-Gurion

Não foram dadas razões imediatas para a recusa de entrada de Boylan.

Hassan, tal como Boylan, é membro do grupo A Esquerda no Parlamento Europeu.

Na sexta-feira, o grupo A Esquerda apelou à suspensão imediata do Acordo de Associação UE-Israel - um pacto que sustenta as suas relações - tendo em conta a investigação do Tribunal Internacional de Justiça sobre os crimes cometidos contra os palestinianos em Gaza.

Boylan disse que tinha planeado encontrar-se com funcionários da Autoridade Palestiniana, representantes de organizações da sociedade civil e pessoas que vivem sob ocupação israelita.

A eurodeputada é membro do partido irlandês Sinn Fein, que tem sido um dos países que mais tem criticado o governo israelita pela forma como trata os palestinianos.

"Este desprezo total por parte de Israel é o resultado do facto de a comunidade internacional não os ter responsabilizado", afirmou Boylan num comunicado.

"Israel é um Estado pária e esta ação vergonhosa mostra o nível de desrespeito absoluto que têm pelo direito internacional. A Europa deve agora pedir contas a Israel", acrescentou.

Os legisladores israelitas aprovaram este mês uma lei que proíbe a entrada de pessoas que tenham negado o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023 ou que tenham manifestado o seu apoio à perseguição internacional de soldados israelitas.

A lei, que se aplica a não-cidadãos e não-residentes em Israel, baseia-se em legislação anterior que negava a entrada a qualquer pessoa que apelasse a um boicote a Israel. A lei também proíbe a entrada de negacionistas do Holocausto.

A lei original era vista pelos opositores como uma tentativa de Israel de silenciar os críticos e foi utilizada em várias ocasiões para impedir a entrada de ativistas que apoiam o movimento de boicote, desinvestimento e sanções liderado pelos palestinianos, conhecido como BDS.

Os apoiantes do BDS retratam-no como um ativismo não violento baseado numa campanha semelhante contra o apartheid na África do Sul, no entanto Israel vê o movimento como um ataque à sua própria legitimidade e acusa alguns organizadores de antissemitismo, alegações que estes negam.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, esteve em visita diplomática a Bruxelas para participar no Conselho de Associação UE-Israel.

O Conselho não se reúne com frequência e a reunião foi convocada devido às pressões da Espanha e da Irlanda para suspender o fórum por causa das ações de Israel em Gaza.

Saar disse aos jornalistas que Israel estava habituado a enfrentar críticas e que estava pronto para abordar todas as discussões com uma mente aberta.

"Não há problema, desde que as críticas não estejam relacionadas com a deslegitimação, a demonização ou a duplicidade de critérios, que de vez em quando são coisas que vemos nos ataques contra Israel", afirmou.

Leia Também: Médio Oriente. Guterres condena aumento da violência na Cisjordânia

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