Milhares de pessoas foram às ruas por toda a França, esta quinta-feira, para o 12.º dia de protestos contra a reforma das pensões, que aumenta a idade da reforma dos 62 para os 64 anos. Em algumas cidades, voltaram a acontecer desacatos e a polícia teve de intervir.
Em Rennes, o 20 Minutes relata que houve violência e a manifestação foi interrompida durante vários minutos devido a confrontos que provocaram incêndios.
Em duas publicações no Twitter, pode ver-se vários locais do centro da cidade a arder, inclusivamente um carro.
Le cortège à l’arrêt depuis de longues minutes place de la Petite-Hollande, interrompu par des heurts quai de la Fosse #Nantes #greve13avril pic.twitter.com/eT3GCa1OOH
— 20 Minutes Nantes (@20minutesnantes) April 13, 2023
Un véhicule de marque Mercedes garé sur le parking Vilaine a été incendié par des manifestants. Un épais panache de fumée s’élève dans le ciel de #Rennes @20Minutes #manif13avril #greve13avril pic.twitter.com/rvXoKZuWx3
— 20 Minutes Rennes (@20minutesrennes) April 13, 2023
Em Paris, a Reuters relata que mais de 100 manifestantes invadiram a sede da empresa de produtos de luxo LVMH, detida por um dos homens mais ricos do mundo, Bernard Arnault.
"Se procura dinheiro para financiar pensões, tire-o dos bolsos dos bilionários", referiu Fabien Villedieu, um representante do sindicato Sud Rail à agência noticiosa, sublinhando que o protesto era "simbólico e pacífico".
Les cheminots envahissent le siège de #LVMH à #Paris contre la #ReformeDesRetraites.
— Clément Lanot (@ClementLanot) April 13, 2023
Tensions avec la sécurité. #greve13avril pic.twitter.com/cGgm9LUJ1M
A polícia de Paris, citada pela France 24, disse ter revistado 2.240 manifestantes e, na sequência dos protestos, foram já detidas 25 pessoas.
A mesma autoridade estima que a afluência às ruas da capital francesa seja de 47 mil pessoas - número inferior à manifestação da semana passada, quando estimou que 57 mil pessoas tinham saído às ruas da capital francesa.
O prefeito da polícia de Paris emitiu, entretanto, uma ordem a proibir todas as manifestações nas proximidades da instituição, a partir de hoje à tarde até ao início da manhã de sábado.
O Conselho Constitucional francês (um conselho de sábios, o equivalente ao Tribunal Constitucional português) deverá pronunciar-se na sexta-feira sobre a constitucionalidade da nova lei das pensões, aprovada com recurso a uma disposição constitucional e sem votação no parlamento.
Entre os vários cenários possíveis, o conselho poderá validar ou rejeitar, parcial ou totalmente, a nova lei das aposentações que prevê, entre outros aspetos, o aumento dos 62 para os 64 anos a idade de reforma sem penalizações financeiras em França.
O presidente francês, Emmanuel Macron, está a enfrentar o maior desafio de seu segundo mandato devido à reforma previdenciária, que inclui aumentar a idade de aposentação dos 62 para 64 anos, exigindo que as pessoas trabalhem mais para receber o pagamento integral.
Veja as imagens dos protestos.
Leia Também: Festival de Cannes com recorde de realizadoras na competição oficial