Os documentos militares divulgados pelo lusodescendente Jack Teixeira sobre a guerra na Ucrânia são "embaraçosos" para os EUA, disse o ex-conselheiro de segurança nacional do Reino Unido.
Em declarações à Sky News, Mark Lyall-Grant, que também é ex-embaixador do Reino Unido na ONU, disse que os EUA precisarão fazer "algum trabalho de reparação diplomática" com outros países, como os Emirados Árabes Unidos e o Egito.
Os documentos supostamente sugerem que os Emirados Árabes Unidos aprofundaram os seus laços com a Rússia e o Egito planeava fornecer armas a Vladimir Putin - ambos os países negaram as acusações.
A "comunidade de inteligência americana ficará constrangida" com a situação, disse ainda Mark, que acrescentou que os EUA "vão querer explicar por que estes documentos foram tão amplamente divulgados" e porque é que "um soldado relativamente jovem de uma Guarda Nacional da Força Aérea em Massachusetts foi capaz de obtê-los".
Ainda assim, Mark não acredita que haverá qualquer "dano a longo prazo".
Recorde-se que Jack Teixeira, de 21 anos, lusodescendente que serviu na Guarda Aérea Nacional de Massachusetts, foi detido na quinta-feira em conexão com a divulgação de documentos classificados de grande alcance que abalaram várias capitais, desde Washington a Kyiv passando por Seul, com revelações de espionagem dos Estados Unidos a aliados e inimigos e a divulgação de inteligência militar sensível sobre a guerra na Ucrânia. Será esta sexta-feira presente a tribunal.
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