Parlamento britânico debate petição para repetir eleições no Reino Unido

O Parlamento britânico debateu hoje uma petição de cidadãos que pedem a repetição das eleições no Reino Unido, realizadas em 04 de julho, onde o Partido Trabalhista obteve a maioria absoluta após 14 anos de executivos conservadores.

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© HENRY NICHOLLS/AFP via Getty Images

Lusa
06/01/2025 22:05 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Reino Unido

Numa sessão realizada hoje à tarde em Westminster, o presidente da Comissão de Seleção de Petições, deputado do Partido Liberal Democrata, Jamie Stone, valorizou a "participação dos cidadãos na política", depois de a petição para a repetição das eleições ter ultrapassado os 3 milhões de assinaturas.

 

Stone agradeceu ainda a iniciativa de Michael Westwood, um hoteleiro britânico e eleitor conservador confesso que criou a petição "pela sua frustração pessoal com a falta de transparência e responsabilidade no processo eleitoral".

"Gostaria que houvesse outras eleições gerais. Acredito que o atual Governo trabalhista não cumpriu as promessas que fez no período que antecedeu as últimas eleições", frisou Westwood, no breve texto que encabeça a sua petição, lançada em 20 de novembro.

Entre os círculos eleitorais que mais assinaturas acumularam para esta petição está Clacton, representado por Nigel Farage, deputado e líder do partido de extrema-direita Reform UK, que durante a sessão garantiu que, em mais de 50 anos, não se recorda de um Governo "que viu a confiança cair tão rapidamente como este".

Para Farage, a resposta em massa dos cidadãos à iniciativa expressa um descontentamento geral com o sistema eleitoral do Reino Unido, que criticou, sendo que as últimas eleições gerais britânicas tiveram a segunda menor participação na história e permitiram ao Partido Trabalhista obter um terço dos votos e dois terços dos deputados.

O deputado do Partido Conservador, Edward Lee, destacou que há um sentimento de "alienação" entre os cidadãos britânicos.

"A não ser que os principais partidos ouçam a sociedade e respondam às suas preocupações, veremos o crescimento de mais populismo neste país", frisou o político conservador.

Já a deputada trabalhista Yasmin Qureshi garantiu que este pedido é alimentado por "desinformação" e "ingerência política" e defendeu a gestão do seu partido à frente do Governo depois de ter encontrado um buraco nos cofres públicos britânicos de 22.000 milhões de libras (26.515 milhões de euros) "do qual ninguém sabia nada".

Leia Também: Suspeito de terrorismo detido no Reino Unido tem contas congeladas

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