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EUA acusam China de abrir esquadra de polícia ilegal em Nova Iorque

A Procuradoria-Geral dos Estados Unidos indiciou hoje duas pessoas por abrirem uma esquadra policial ilegal no bairro chinês nova-iorquino de Manhattan, sob ordens da Polícia Nacional Chinesa, para controlar e perseguir residentes chineses críticos das autoridades de Pequim.

EUA acusam China de abrir esquadra de polícia ilegal em Nova Iorque
Notícias ao Minuto

20:56 - 17/04/23 por Lusa

Mundo EUA

Noutro caso, o gabinete da Procuradoria Federal do Distrito Leste de Nova Iorque acusou também mais 34 alegados agentes policiais chineses de dirigirem uma "campanha maciça" nas redes sociais com o objetivo de "ameaçar dissidentes chineses, aumentar as divisões entre os norte-americanos e minar a confiança" no processo democrático.

"No coração do movimentado bairro chinês (Chinatown), em Lower Manhattan, escondia-se até há alguns meses um segredo obscuro: um piso inteiro de um edifício tinha instalada e não-declarada uma esquadra policial da Polícia Nacional Chinesa", disse o procurador federal do Distrito Leste de Nova Iorque, Breon Peace, numa conferência de imprensa.

Peace indicou que, pelo menos numa ocasião, as forças de segurança chinesas pediram a um dos dois acusados neste caso, detidos hoje de manhã, a localização de um ativista pró-democrático de ascendência chinesa que residia no Estado norte-americano da Califórnia.

Segundo o procurador, os dois acusados admitiram ter apagado dos seus telemóveis comunicações com funcionários da polícia chinesa, depois de se inteirarem de que o FBI (Federal Bureau of Investigation, polícia federal norte-americana) tinha aberto uma investigação sobre eles.

Os detidos são Lu Jianwang, de 61 anos, e Chen Jinping, de 59, ambos residentes em Nova Iorque e que hoje comparecerão pela primeira vez perante um juiz federal da cidade.

Lu, que, segundo os procuradores, colaborava há vários anos com o sistema de segurança chinês, e Chen são acusados de conspiração para atuar como agentes estrangeiros e de obstrução à justiça, devido à alegada destruição de provas das suas comunicações com funcionários do regime chinês.

Quanto ao segundo caso, trata-se da denúncia de 34 agentes da polícia chinesa que pertencem a um grupo denominado "Projeto Especial 912", que opera como um "núcleo de 'trolls'" que atua "contra ativistas pela democracia e dissidentes chineses residentes fora da República Popular da China", segundo Peace.

A acusação sustenta que este grupo criou milhares de perfis falsos nas redes sociais que eram usados de forma coordenada para assediar, desacreditar e ameaçar dissidentes e ativistas em todo o mundo: "Pessoas que a República Popular da China considera serem ameaças para a legitimidade do Partido Comunista Chinês".

Entre as suas atividades, o procurador destacou o boicote de reuniões 'online', obrigando à sua interrupção, e também o facto de "utilizarem os seus perfis falsos 'online' para difundir propaganda e a narrativa oficial do Governo chinês, com o objetivo de combater e coagir os dissidentes que se pronunciam a favor da democracia".

"Não podemos e não iremos tolerar a perseguição do Governo chinês aos ativistas pró-democracia que procuraram refúgio neste país. Queremos que este processo sirva de advertência de que continuamos determinados a combater qualquer tentativa do Partido Comunista Chinês de oprimir e intimidar os nossos residentes", sublinhou o procurador federal do Distrito Leste de Nova Iorque.

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