"Oito mil milhões de vidas, possibilidades infinitas" é o título da edição deste ano da publicação sobre o estado da população mundial.
Moçambique surge com uma população atual estimada de 33,9 milhões de habitantes e se a taxa de crescimento anual se mantiver inalterada, terá 67,8 milhões em 2048 -- daqui a 25 anos.
O país crescerá mais do que a generalidade dos países menos desenvolvidos, que em média levarão 30 anos para duplicar a população às taxas de crescimento atuais.
Só há 12 países no mundo com um crescimento populacional igual ou mais rápido que Moçambique, entre os quais um lusófono, Angola, a duplicar a cada 23 anos.
Os outros são (por ordem alfabética) Chade (23), Mali (23), Níger (19), República Centro-Africana (24), República Democrática do Congo (21), Somália (23), Síria (14), Ucrânia (19), Uganda (25), Tanzânia (24) e Zâmbia (25).
Em Moçambique, o crescimento populacional reflete o contexto de um país em que cada mulher tem, em média, entre quatro e cinco filhos, contribuindo para uma pirâmide etária de base jovem: 43% da população tem menos de 15 anos.
A maioria dos partos (73%) já é seguido por alguém com experiência, mas cerca de um quarto das mulheres continua sem assistência na hora de dar à luz e por cada 100.000 nascimentos há 127 mães que perdem a vida em Moçambique -- um número em que, ainda assim, o país está bem melhor do que a média (377) dos países menos desenvolvidos.
Estima-se ainda que pouco menos de um terço das mulheres com idades entre os 15 e os 49 anos recorra a contracetivos.
Por outro lado, Moçambique continua no grupo dos cinco países do mundo com mais casamentos prematuros.
No relatório hoje publicado indica-se que, entre 2006 e 2022, 53% das mulheres que hoje têm entre 20 e 24 anos, já estavam casadas aos 18. Um valor acima da média no grupo dos países menos desenvolvidos, que é de 38%.
Só quatro países têm percentagens maiores que Moçambique: República Centro-Africana (RCA), Chade, Mali e Níger.
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