Um tribunal da cidade de Braunschweig, na Alemanha, decidiu suspender o julgamento de Christian Brueckner, o principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, que estava acusado de violação e abuso sexual de menores. De acordo com o seu advogado, o tribunal declarou-se “incompetente em relação às acusações contra Christian B. e retirou o mandado de detenção”.
Em causa, segundo explicou o advogado Friedrich Fulsche ao jornal alemão Bild, está o facto de o tribunal não ter “jurisdição” para acusar o suspeito, uma vez que a cidade de Braunschweig, na Baixa Saxónia, não foi o último local de residência de Brueckner.
Em comunicado, o tribunal referiu que “o acusado originalmente morava no distrito local”, mas posteriormente “estabeleceu um novo e último local de residência” na Saxónia-Anhalt, que foi “corroborado com registos de imóveis”.
“Após uma avaliação exaustiva de todos os argumentos apresentados, o tribunal assumiu que o arguido residia pela última vez fora do distrito local e, portanto, declarou-se incompetente”, lê-se na nota, citada pelo Bild.
Christian Brueckner seria julgado este ano pelos crimes de violação e abuso sexual de menores pelo Tribunal Regional de Braunschweig, acusações que foram deduzidas após evidências descobertas durante a investigação do caso de Madeleine McCann, mas que não estão relacionadas com o desaparecimento da menina.
O suspeito foi constituído arguido pelo desaparecimento de Maddie McCann pelo Ministério Público português, em abril de 2022. Na altura, a Procuradoria da República da Comarca de Faro afirmou que “o arguido foi constituído pelas autoridades alemãs em execução de um pedido de cooperação judiciária internacional emitido pelo Ministério Público de Portugal”.
Sublinhe-se que a menina britânica desapareceu a 3 de maio de 2007, poucos dias antes de fazer quatro anos, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico, na Praia da Luz, no Algarve.
O nome do alemão surgiu pela primeira vez na lista de suspeitos no rapto de Maddie em junho de 2020. Segundo as autoridades, Bruckner terá vivido no Algarve durante períodos entre 1995 e 2007 e registos telefónicos colocam-no na área da Praia da Luz no dia em que a criança inglesa desapareceu.
Em 2021, foi acusado de ter violado de uma mulher irlandesa na Praia da Luz, em 2004, três antes do desaparecimento da menina. O mesmo homem já foi julgado em 2019 por ter violado uma mulher de 72 anos no Algarve.
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