A visita do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) a Kyiv, na Ucrânia, começou por marcar esta quinta-feira, sendo esta a primeira vez que Jens Stoltenberg visita o local desde que a invasão das tropas russas na Ucrânia começou.
Durante a sua visita, Stoltenberg sublinhou o apoio a Kyiv e garantiu que este tanto foi dado em 2014, quando a Rússia anexou ilegalmente a Crimeia, assim como é dado hoje - e será dado amanhã.
À Sky News, um antigo responsável militar referiu como esta deslocação é "muito significativa". "Foi um dia muito significativo para a Ucrânia. A Ucrânia não está na NATO, mas a visita do secretário-geral diz muito", afirmou Sean Bell.
O analista reforçou a importância desta visita, acrescentando que o objetivo desta era "mostrar solidariedade" com Kyiv. "É importante lembrar que a NATO é uma aliança defensiva. Não está preparada para colocar soldados no terreno, mas falou-se muito de apoiar a Ucrânia e ajudar a reconstruí-la", rematou.
O especialista referiu ainda que este encontro entre os dois líderes era a prova de como os planos do presidente da Rússia para impedir que a Ucrânia entre na NATO não estão a correr bem. "Provavelmente ainda havia esperança de que a Ucrânia continuasse neutra, como uma zona tampão", rematou.
Mas se dúvidas havia, o militar garante que estas ficaram desfeitas com o posicionamento de Stoltenberg. "Não podia ter sido mais claro - o lugar da Ucrânia é na Aliança Atlântica. Esta foi a declaração mais clara que vimos", apontou.
Stoltenberg chegou, inclusive, a convidar o chefe de Estado da Ucrânia, Voldoymyr Zelensky, para participar numa cimeira da NATO, que decorrerá em julho, na Lituânia. Zelensky agradeceu o convite, e respondeu. "A cimeira da NATO em Vilnius pode tornar-se histórica", insistiu, considerando "importante" que a Ucrânia receba, aí, o respetivo convite para aderir à organização.
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