Autarquia obrigada a devolver herança de mulher que morreu em 1966

Urrea deixou à autarquia de Albacete, em Espanha, todos os seus bens, avaliados em quase 30 milhões de euros. Tinha uma única condição: que construíssem um hospital infantil. No entanto, a exigência não foi cumprida.

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Notícias ao Minuto
20/04/2023 19:30 ‧ 20/04/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Espanha

Uma mulher morreu sem filhos, aos 80 anos, em fevereiro de 1966 e deixou todos os seus bens, avaliados em quase 30 milhões de euros, ao município de Albacete, em Espanha. A úncia condição? Construírem um hospital infantil. No entanto, a exigência não foi cumprida.

Agora, volvidos tantos anos, familiares afastados pediram a restituição do dinheiro. E conseguiram. 

Esta quinta-feira, 20 de abril, o município aprovou a liquidação de uma dívida de 11 milhões para com os familiares de Purificación Urrea. 

O seu desejo era "um hospital que abrigasse e curasse crianças pobres e indefesas", mas tal nunca aconteceu. Segundo o Cadena Ser, é por isso mesmo que o Conselho Provincial teve que devolver toda a herança e pagar esses 11 milhões de euros aos seus familiares.

Em testamento, a mulher primeiro confiou a construção deste hospital à Ordem Religiosa dos Irmãos de San Juan de Dios Arcángel, que foi o primeiro herdeiro. No entanto, esta renunciou à herança em 1967. O Conselho Provincial de Albacete ocupava o segundo lugar da lista, uma vez que o pai da falecida tinha sido presidente desta instituição no início do século XX.

O município construiu um hospital psiquiátrico que era referência em saúde mental na época e uma instituição de caridade da qual surgiu posteriormente uma residência para idosos. Mas o hospital, que era a condição final, nunca foi construído. Assim, em 2000, um grupo de parentes distantes de Purificação denunciou a delegação por não ter acatado a vontade da mulher.

Houve uma primeira sentença em 2001, mas não condenou o Conselho Provincial a nada, apenas reconheceu que a vontade de Purificação não foi cumprida.

Os herdeiros voltaram a apresentar queixa em 2017 e os quatro herdeiros venceram o processo. Além disso, o tribunal determinou que o Conselho Provincial agiu de má fé e, portanto, “a sentença é pagar absolutamente tudo, devolver toda a herança”, comentou López. Além disso, o município foi obrigado a devolver tudo o que ganhou com a exploração dessas terras.

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