"Dever". Filho de Peskov admite que serviu na Ucrânia com Grupo Wagner
A confirmação surge após o líder do Grupo Wagner ter avançado que um dos filhos do porta-voz do Kremlin tinha combatido com o grupo de mercenários.
Mundo Guerra na Ucrânia
O filho mais velho do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou, no sábado, que combateu com o Grupo Wagner na guerra na Ucrânia. A confirmação de Nikolai Peskov, de 33 anos, surgiu após o líder da empresa paramilitar, Yevgeny Prigozhin, ter avançado que um dos filhos do porta-voz do presidente russo tinha combatido como um “simples artilheiro”, sem, no entanto, especificar nomes.
Ao jornal russo Komsomolskaya Pravda, citado pela agência de notícias Reuters, Nikolai Peskov afirmou que serviu na Ucrânia como artilheiro do Grupo Wagner durante cerca de seis meses, utilizando um nome falso para esconder a sua identidade.
“Foi por minha iniciativa”, referiu Nikolai Peskov. “Considerei-o o meu dever”.
Questionado sobre a opinião do pai, o russo afirmou que Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin desde 2008, “está orgulhoso”. “Ele está orgulhoso de mim, penso eu. O meu pai disse-me que eu tomei a decisão certa”, afirmou.
Nikolai foi notícia em setembro do ano passado, após ter sido alvo de uma ‘armadilha’ do comentador político Dmitry Nizovtsev, apresentador do programa ‘Popular Politics’, criado por apoiantes do opositor russo Alexei Navalny e emitido no Youtube.
Durante a emissão do programa, Nizovtsev ligou a Nikolai Peskov, fingindo ser um recrutador militar, e pediu que o jovem fizesse os exames médicos necessários para iniciar o recrutamento militar obrigatório no âmbito da “operação militar especial” na Ucrânia.
“Tem de entender, se sabe que eu sou o Sr. Peskov, como é errado eu ir para lá. Vou lidar com isto a outro nível”, respondeu o filho do porta-voz do Kremlin. “Não tenho problemas em defender a minha pátria - mas preciso de entender a conveniência da minha presença lá, estou a falar de certas nuances políticas”, acrescentou.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou a 24 de fevereiro de 2022 com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 14 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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