O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, não vai estar presente na reunião, uma vez que está a acompanhar a visita de Estado do Presidente do Brasil, Lula da Silva, a Portugal, até terça-feira.
O ministro vai fazer-se representar pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André.
Na reunião, que é ordinária e encabeçada pelo Alto-Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, os 27 abordarão os últimos desenvolvimentos da invasão da Federação Russa à Ucrânia.
Moscovo, auxiliada pelos mercenários do Grupo Wagner, estão há meses a tentar capturar a totalidade da cidade de Bakhmut, na região do Donbass (leste da Ucrânia), mas as forças ucranianas continuam a resistir.
Os Estados-membros discutirão o apoio económico-financeiro e militar prestado à Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, assim como aquilo que podem fazer daqui para a frente em função da evolução do conflito.
Nos últimos meses têm circulado informações sobre uma contraofensiva ucraniana para repelir a ofensiva russa, que teria início na primavera.
Nas últimas semanas, o Presidente do Brasil apontou o dedo à UE, bem como aos Estados Unidos, por estar, segundo defendeu o governante, a alimentar o conflito em vez de requerer negociações de paz.
Mais tarde, e depois de ter sido criticado por Washington e Bruxelas pelas suas declarações, Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que condena a invasão russa da Ucrânia, ao mesmo tempo que defende a paz.
Josep Borrell rejeitou as acusações e criticou o que disse ser a ambiguidade da posição de Lula da Silva, semelhante à da China.
E reiterou aquela que é a posição dos 27 do bloco europeu: o Kremlin é "o agressor" que no dia 24 de fevereiro de 2022 colocou em causa a soberania e integridade territorial de outro Estado, e a resolução do conflito só é possível com a retirada das tropas russas e com um acordo de paz que salvaguarda os interesses da Ucrânia.
Neste tópico também vai ser abordada a cada vez mais premente influência de Pequim no contexto geopolítico internacional. Um potencial apoio político-militar da China à Rússia poderá levar a uma escalada do conflito e, no mínimo, arrastá-lo ainda mais.
Outro ponto de agenda da reunião vai ser o conflito no Sudão. Bruxelas já tinha anunciado um esforço conjunto entre os Estados-membros para acautelar a segurança de cidadãos europeus que estejam no país, pelo que é expectável que durante a reunião se avance nesse mecanismo.
Mais de 400 pessoas morreram e cerca de 3.500 ficaram feridas no Sudão desde o início dos combates que opõem desde 15 de abril o exército ao grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
Cartum, capital do país, está convertida numa autêntica zona de batalha, com porções da cidade sob o controlo dos militares sudaneses e outras controladas pelo grupo paramilitar.
Os confrontos eclodiram devido a divergências sobre a reforma do exército e a integração das Forças de Apoio Rápido no exército, parte do processo político para a democracia no Sudão após o golpe de Estado de 2021.
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