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Podolyak acusa media dos EUA de 'pintar' Ucrânia como "irracional"

Em causa está uma notícia avançada pelo The Washington Post que, depois de ter tido acesso a mais documentos confidenciais, apontou que os Estados Unidos dissuadiram a Ucrânia de levar a cabo um ataque contra Moscovo a 24 de fevereiro deste ano.

Podolyak acusa media dos EUA de 'pintar' Ucrânia como "irracional"

Face à revelação de novas informações contidas nos documentos confidenciais do Pentágono, que davam conta de que a Ucrânia terá sido dissuadida pelos Estados Unidos quanto aos planos de um ataque a Moscovo no aniversário do brotar da guerra, o conselheiro presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, lançou farpas aos meios de comunicação daquele país que, na sua ótica, ‘pintam’ a Ucrânia como “irracional, infantil e impulsiva”, moldando a opinião pública. Questionou, além disso, qual seria o propósito de um ataque em Moscovo, apelando a mais armas para financiar a contraofensiva em solo ucraniano.

“’No aniversário da guerra, a Ucrânia planeou atacar Moscovo com tudo o que tinha, mas os seus parceiros fizeram com que mudasse de decisão’, relatou a respeitável media norte-americana de forma conspiratória. Claro, sem detalhes e lógica. E então tenho uma pergunta simples. Por que haveria a necessidade de fazermos isso? O que é que essa ação única resolveria? Mudaria o curso da guerra? Faria os russos fugirem? Eliminaria a necessidade de armas?”, começou por questionar Podolyak, através da rede social Twitter.

Em causa está uma notícia avançada pelo The Washington Post que, depois de ter tido acesso a mais documentos confidenciais do Pentágono, apontou que os Estados Unidos dissuadiram a Ucrânia de levar a cabo um ataque contra Moscovo, no dia 24 de fevereiro deste ano.

Contudo, segundo o conselheiro presidencial, estas publicações que recorrerem a “fontes anónimas” cumprem apenas “uma função catastrófica”.

Moldam a opinião pública nas capitais ocidentais, como se a Ucrânia fosse um país irracional, infantil e impulsivo, perigoso para os adultos confiarem armas sérias. Se isso é feito consciente ou inconscientemente é outra questão”, atirou.

O responsável foi mais longe, indicando que “a Ucrânia vê as coisas de maneira diferente”.

Abordamos a guerra com uma lógica matemática rígida: precisamos de mísseis de longo alcance para destruir a logística russa nos territórios ocupados e vários tipos de aeronaves para proteger o céu e destruir as fortificações russas. Esses são os principais componentes de operações de contra-ofensiva bem-sucedidas e minimização de perdas”, esclareceu.

Nessa linha, Podolyak apelou, uma vez mais, ao fornecimento de armas por parte dos aliados ocidentais, recordando que “as pessoas estão a morrer”.

Talvez esteja na hora de parar de brincar com desculpas e ‘realpolitik’ [política internacional ou de relações diplomáticas baseada essencialmente em questões práticas e pragmáticas, em detrimento de questões ideológicas ou ética] de beco enquanto a guerra ainda está em andamento e as pessoas estão a morrer”, rematou.

De notar que, na semana passada, Podolyak voltou a apelar à ação dos líderes ocidentais no que diz respeito ao envio de armamento para a Ucrânia, questionando se a guerra “sangrenta” não é o suficiente para suscitar “decisões ousadas”.

Evocou, além disso, cidades como Mariupol e Bucha, que foram destruídas à conta da ação das forças russas no decorrer do conflito.

“Quantas Mariupol devem ser enterradas nos escombros para a Ucrânia obter mísseis e aeronaves de longo alcance? Quantas Bucha deveria a Rússia exterminar para empresas internacionais pararem de trabalhar com a Federação Russa?”, atirou.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.534 civis desde o início da guerra e 14.370 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.

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