Zelensky e Xi Jinping? "Improvável" que Kyiv aprecie "pedidos de paz"
Rússia comenta chamada entre o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping.
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Mundo Guerra na Ucrânia
Moscovo já reagiu à chamada telefónica entre Volodymyr Zelensky e Xi Jinping, esta quarta-feira, referindo que toma nota da "disposição" de Pequim para iniciar um processo de negociação, mas considerando que é "improvável" que Kyiv aprecie os seus pedidos de paz.
"Tomamos nota da disposição da China em fazer esforços para iniciar um processo de negociação. Podemos ver que as nossas abordagens fundamentais estão alinhadas com o documento de posição divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em 24 de fevereiro", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, em declarações aos jornalistas, tal como a própria divulgou no Telegram.
"No entanto, acreditamos que o problema não é falta de bons planos. Até agora, o regime de Kyiv tem rejeitado quaisquer iniciativas sensatas que visem uma resolução política e diplomática da crise ucraniana, estando condicionado a um eventual consentimento a negociações com ultimatos com exigências obviamente irrealistas", acrescentou.
Para a diplomata russa, a Ucrânia e os seus "patrocinadores ocidentais" já demonstraram a sua "capacidade" de deixar as iniciativas de paz para segundo plano.
"Eles próprios admitiram que só precisavam dos Acordos de Minsk para ganhar tempo e aumentar as capacidades ofensivas. Na primavera de 2022, rejeitaram repetidamente os acordos de paz que as partes estavam prestes a fechar por iniciativa de Kyiv. Volodymyr Zelensky até assinou uma lei para proibir qualquer conversa com o presidente russo, Vladimir Putin", sublinhou.
Assim, termina, com uma 'farpa' aos Estados Unidos. "Dito isso, é improvável que os fantoches controlados por Washington apreciem qualquer pedido de paz", rematou.
Recorde-se que os presidentes da Ucrânia e da China dialogaram esta quarta-feira, naquela é a primeira conversa conhecida entre os dois líderes desde o início da guerra na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. O último contacto teria sido em julho de 2021.
Após a conversa telefónica entre os dois chefes de Estado, o Governo chinês garantiu que vai enviar um representante à Ucrânia com o objetivo de alcançar uma solução política. Xi Jinping terá dito a Zelensky que "o diálogo e a negociação" são a "única saída" do conflito com a Rússia, tendo a China estado "sempre" do "lado da paz".
Em fevereiro, a China divulgou um documento de 12 pontos descrevendo a sua posição sobre o conflito. A iniciativa, às vezes vista como um plano de paz, insta principalmente Moscovo e Kyiv a manterem conversações.
O texto também se opõe a qualquer recurso a armas nucleares e apela ao respeito pela integridade territorial de todos os países - incluindo a da Ucrânia, parte de cujo território está sob controlo russo.
Pequim não reconheceu em setembro a integração dos quatro territórios do Donbass ucraniano na Federação Russa e também não o fez em 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia.
Entretanto, a China, que não condenou publicamente a guerra na Ucrânia, aumentou muito a sua cooperação política e económica com a Rússia nos últimos meses.
Turbulentas durante a Guerra Fria, as relações Pequim-Moscovo foram significativamente fortalecidas nas últimas décadas para formar uma frente comum contra a influência dos Estados Unidos.
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