Num comunicado divulgado hoje pela ATMIS, os dirigentes daqueles países apoiaram a retirada militar, inicialmente prevista para dezembro passado, na cimeira de chefes de Estado e de Governo dos Países Contribuintes de Tropas (TCC) realizada na quinta-feira em Entebbe (Uganda).
A reunião contou com a presença dos presidentes de Uganda, Yoweri Museveni, Burundi, Evariste Ndayishimiye, Djibuti, Ismail Omar Guelleh, Quénia, William Ruto, e Somália, Hassan Sheikh Mohamud, bem como o vice-primeiro-ministro da Etiópia, Demeke Mekonnen, entre outros.
Os líderes também destacaram "a necessidade de uma avaliação conjunta da retirada de mais 3.000 soldados da ATMIS" e pediram que "os preparativos e uma avaliação conjunta sobre a situação de segurança na Somália comecem rapidamente".
Da mesma forma, os presidentes pediram ao Conselho de Segurança da ONU que considere "o levantamento do embargo de armas à Somália para permitir que o país assuma as suas responsabilidades de segurança".
Atualmente, a missão da União Africana conta com cerca de 20 mil soldados na Somália, maioritariamente provenientes do Uganda, Burundi, Quénia, Djibuti e Etiópia, que lutam contra o grupo terrorista somali Al-Shebab.
O plano de retirada militar gradual, aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, contempla uma estratégia de saída do país até ao fim de 2024.
O Presidente Mohamud anunciou em agosto passado uma "guerra total" contra o Al-Shebab e, desde então, o Exército Somali, apoiado pela ATMIS, tem levado a cabo intensas ofensivas contra os terroristas, por vezes com a colaboração militar dos Estados Unidos.
Em resposta, o grupo terrorista realizou ataques poderosos, entre os quais um com dois carros-bomba contra o Ministério da Educação em Mogadíscio, que causou a morte de pelo menos 120 pessoas em 29 de outubro.
O Al-Shebab, afiliado à Al-Qaida desde 2012, realiza frequentemente ataques em Mogadíscio e outras partes do país para derrubar o Governo central - apoiado pela comunidade internacional - e estabelecer um Estado islâmico wahhabi (ultraconservador).
O grupo terrorista controla áreas rurais no centro e sul da Somália e também ataca países vizinhos como o Quénia e a Etiópia.
A Somália vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem um Governo eficaz e nas mãos de milícias e senhores da guerra fundamentalistas islâmicos.
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