Em comunicado, o mecanismo trilateral - formado pela ONU, a União Africana e a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) - e o chamado Quarteto para o Sudão (Estados Unidos, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita) congratularam-se com a extensão da trégua por 72 horas, acordada entre o exército e os paramilitares.
Apelaram à "implementação total" desta decisão, uma vez que os anteriores armistícios anunciados desde 15 de abril, quando começaram os confrontos, não foram respeitados pelas partes, que se acusam mutuamente de continuar a atacar.
"Também saudamos a sua disposição de dialogar para estabelecer uma cessação mais duradoura das hostilidades e garantir o acesso [do apoio] humanitário", acrescentaram.
O chamado mecanismo trilateral e o Quarteto para o Sudão salientaram que "esta fase inicial da diplomacia" para conseguir um cessar-fogo permanente e garantir a chegada de ajuda humanitária ao país africano vai contribuir para os esforços de aproximação entre o exército e as .
O exército e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) acordaram na noite de quinta-feira uma extensão de 72 horas de uma trégua de três dias mediada pelos Estados Unidos, para dar à população civil uma pausa na violência, que em 13 dias já causou a morte de mais de 500 pessoas e provocou mais de 4.000 feridos.
Esta extensão foi proposta para abrir corredores humanitários e garantir a deslocação da população para zonas mais seguras e longe dos combates, bem como para facilitar as evacuações que vários países estão a levar a cabo para retirar os seus cidadãos do Sudão.
Até agora, várias tréguas foram estabelecidas e nenhuma delas foi totalmente respeitada.
No entanto, a última delas, anunciada no início desta semana, permitiu operações de evacuação, bem como a fuga de sudaneses de Cartum e o deslocamento de milhares para os países vizinhos.
Hoje, apesar da prorrogação da trégua acordada entre o exército e os paramilitares, os combates continuam, especialmente na região de Darfur.
Pouco antes de expirar, à meia-noite local (23:00 em Lisboa), um cessar-fogo de três dias que quase nunca foi respeitado pelas duas partes, o exército do general Abdel Fattah al-Burhan e as RSF do general Mohamed Hamdane Daglo, conhecido como "Hemedti", anunciaram uma prorrogação da trégua por 72 horas.
Num comunicado conjunto emitido em Washington, os membros do chamado Quarteto para o Sudão, bem como a União Africana e as Nações Unidas, consideraram esta extensão "bem-vinda", apelando à sua plena implementação e ao "acesso humanitário desimpedido".
Desde o início do conflito, em 15 de abril, a capital é bombardeada diariamente por aviões do exército e artilharia pesada paramilitar. Outras cidades foram igualmente afetadas pelos combates, principalmente na região de Darfur (oeste), na fronteira com o Chade.
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