Ramos-Horta defende cessar-fogo e abertura dos portos ucranianos
O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, defendeu que a comunidade internacional deve avançar para o cessar-fogo e abrir os portos da Ucrânia e Rússia para acabar com o conflito.
© Lusa
Mundo Ucrânia
"Acredito que a solução primeiro é cessar-fogo criando condições máximas de confiança para atender à ajuda humanitária, abrir corredores humanitários e abrir os portos da Ucrânia e da Rússia para maior normalização do comercio internacional" afirmou Ramos-Horta, que participava por videoconferência no III Encontro Mafra Dialogues, em Mafra, no distrito de Lisboa.
Para o Presidente timorense, "exigir que a Rússia abandone a Crimeia e outros territórios ocupados não é viável", não acreditando que isso vá acontecer, "a não ser com a derrota parcial ou total da Rússia".
O também Prémio Nobel da Paz 1996 incitou países como "Brasil, Índia, Indonésia, Turquia, África do Sul, China a falar com as duas partes, Ucrânia e Rússia", privilegiando o diálogo e para pôr fim ao conflito.
"Era possível evitar o conflito na Ucrânia? Eu digo sempre que era possível", reiterou.
José Ramos-Horta apontou "falhas na liderança" da Europa e dos Estados Unidos da América na gestão de problemas surgidos nas últimas décadas, após a queda do muro de Berlim, para justificar o conflito.
"Não houve qualquer gesto, nenhuma ação séria de prevenção do conflito e o resultado disso é que o mundo está profundamente dividido", disse o Presidente timorense.
O Prémio Nobel da Paz 1996 alertou que "perigos sérios espreitam", exemplificando as tensões na China, entre China e Taiwan, entre China e Índia, entre Paquistão e Índia, na Correia do Norte e em Mianmar, assim como na Síria, Iémen, Líbia, Mali e Sudão.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.574 civis mortos e 14.441 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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