Num comunicado divulgado na rede social Twitter, o ministério disse que 13 dos 17 aviões militares atravessaram, no sudoeste de Taiwan, a linha mediana que separa a ilha da China continental.
O ministério disse que as Forças Armadas taiwanesas acompanharam a situação e responderam com o envio de aeronaves e barcos e com a ativação de sistemas de mísseis terrestres.
Na sexta-feira, Taiwan tinha detetado 38 aeronaves e seis navios de guerra chineses à volta da ilha, o número mais elevado desde o início do mês.
Na quarta-feira, o Ministério da Defesa tinha anunciado que Taiwan iria simular respostas a uma "potencial invasão chinesa", durante os exercícios militares anuais designados Han Kuang, num período de crescentes tensões com Pequim.
Os Han Kuang vão dividir-se em duas fases: jogos de guerra computadorizados, que decorrem entre 15 e 19 de maio, e manobras com uso de fogo real, marcadas para o período entre 24 e 28 de julho, afirmou o general Lin Wen-huang, citado pela agência oficial, a CNA.
Os jogos computadorizados vão ser baseados numa plataforma projetada pelos Estados Unidos que permite a simulação de operações civis e militares.
As simulações vão ser realizadas ao longo de cinco dias, para "testar a capacidade militar de coordenar e executar a resposta a uma invasão chinesa", disse Lin.
Os exercícios com fogo real vão concentrar-se em testar a capacidade dos militares taiwaneses de "conservar a sua força, no caso de uma invasão em grande escala" e "realizar interceções marítimas", para evitar um bloqueio chinês à ilha.
Os exercícios de Han Kuang são realizados anualmente desde 1984 para testar a prontidão de combate de Taiwan contra uma possível invasão chinesa.
A China realizou quatro dias de exercícios militares em torno de Taiwan no início do mês, em retaliação contra uma reunião na Califórnia entre a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy.
As manobras contaram com a participação do porta-aviões Shandong e incluíram um bloqueio de facto à ilha.
No final da Segunda Guerra Mundial, Taiwan integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek. Após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, em 1949, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha.
Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça com a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.
Nos últimos anos, a China tem enviado caças e navios de guerra para perto do território com frequência quase diária.
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