União Africana quer integração regional a combater insegurança alimentar

O enviado especial da União Africana para os Sistemas Alimentares, Ibrahim H. Mayaki, defendeu hoje que o problema da insegurança alimentar em África pode ser combatido com maior soberania e integração regional.

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Lusa
29/04/2023 11:17 ‧ 29/04/2023 por Lusa

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União Africana

"O maior problema que África vai enfrentar nos próximos 20, 25 anos é que será necessário alimentar mais mil milhões de pessoas. E nós somos os mais inseguros em termos alimentares no mundo", disse, durante um debate organizado pela Fundação Mo Ibrahim em Nairobi, Quénia.

Mayaki afirmou que "o desafio tem de ser enfrentado agora" e que o continente deve começar a pensar na sua "soberania alimentar" em vez de exportar a maior parte da produção agrícola.

"A soberania alimentar consiste em encarar a segurança alimentar como uma questão de segurança nacional", admitiu o antigo primeiro-ministro do Níger.

Porém, acrescentou: "Não vamos conseguir resolver este problema se não tivermos uma governação de integração regional adaptada a este desafio".

"É a solução regional que nos vai ajudar a resolver os problemas nacionais de insegurança alimentar que enfrentamos", argumentou.

A ONU estimou que, em 2023, África será a segunda região mais populosa do mundo, representando quase 20% da população mundial, com 1,4 mil milhões de pessoas.

As previsões, citadas por um estudo da Fundação Mo Ibrahim, adiantam que, entre 2023 e 2100, a percentagem de África na população mundial vai aumentar de 18% para 38%.

O mesmo estudo refere que África continua a ter a maior prevalência de insegurança alimentar do mundo (57,9%), sendo 42 países africanos importadores líquidos de produtos alimentares.

Porém, o continente possui 65% das terras aráveis não cultivadas do mundo e, segundo a Cimeira Alimentar Africana, realizada em Dakar em janeiro, África tem potencial para alimentar nove mil milhões de pessoas no mundo até 2050, muito mais do que a atual população mundial.

Ibrahim Mayaki falava no chamado Fim-de-Semana de Governação Ibrahim (Ibrahim Governance Weekend, IGW na sigla inglesa), que este ano tem como tema "África Global: O lugar de África no mundo de 2023".

Os debates de hoje vão explorar a "natureza mutável da relação de África com os seus parceiros internacionais, desde o crescente interesse estratégico e económico ao potencial da população jovem e recursos ecológicos, bem como o futuro do sistema multilateral e o papel de África".

Leia Também: União Africana pede apoio para deslocados sudaneses

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