Biden pede libertação de jornalistas detidos. "Jornalismo não é crime"
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu a libertação de repórteres norte-americanos presos em diferentes partes do mundo, sublinhando que "jornalismo não é crime", no jantar da Associação dos Correspondentes na Casa Branca.
© Lusa
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Biden começou o discurso, no sábado, com palavras de encorajamento para os familiares dos jornalistas Evan Gershkovich, detido na Rússia desde o final de março sob acusações de espionagem, e Austin Tice, que desapareceu em 2012, enquanto cobria a guerra civil na Síria.
"A nossa mensagem é: jornalismo não é crime. Evan e Austin devem ser libertados imediatamente com todos os outros norte-americanos detidos ou mantidos como reféns", disse o chefe de Estado.
Evan Gershkovich e Austin Tice "estão entre centenas de jornalistas em todo o mundo que foram detidos injustamente pelo simples ato de fazer jornalismo -- o que não é crime", disse Tamara Keith, presidente da Associação dos Correspondentes na Casa Branca.
O ator e antigo governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, tinha aberto o jantar com um vídeo pré-gravado sobre a importância de uma imprensa livre e independente.
Joe Biden começou o seu discurso dirigindo-se à família de Gershkovich, correspondente do The Wall Street Journal e que pode ser condenado a até 20 anos de prisão.
"Estamos a trabalhar todos os dias para que ele seja libertado. Estamos a procurar qualquer oportunidade e a usar todas as ferramentas à nossa disposição. Por favor, mantenham a fé", pediu o presidente.
Biden referiu-se também à jogadora de basquetebol Brittney Griner, que foi condenada a nove anos de prisão na Rússia por entrar no país com óleo de canábis.
Griner, que estava na plateia, foi libertada em dezembro de 2022, quando Washington a trocou pelo traficante de armas Víktor But, conhecido como o "mercador da morte", que estava preso nos Estados Unidos.
Por norma, o evento, que tem tido uma periodicidade anual, tem a participação de jornalistas, políticos e celebridades, e recolhe fundos para bolsas de estudo.
Os discursos dos presidentes costumam ser bem-humorados. Após o início mais sério, Biden começou a fazer piadas sobre a oposição republicana no Congresso, o ex-presidente Donald Trump (2017-2021) e até sobre a sua idade.
Aos 80 anos, Biden é o presidente mais velho da história dos Estados Unidos e, se for reeleito em 2024, poderá deixar a Casa Branca com 86 anos.
O animador do jantar, o comediante Roy Wood Jr., correspondente do programa televisivo "The Daily Show", no canal Comedy Central, fez piadas sobre o processo apresentado pela Disney contra o governador da Florida e provável candidato presidencial, Ron DeSantis.
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