O voo vai sair da cidade de Porto Sudão na segunda-feira e os cidadãos britânicos que quiserem embarcar devem chegar ao aeroporto internacional daquela cidade antes das 12:00 locais (11:00 em Lisboa).
Segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, citado pela EFE, isso permitirá a saída do país de "um número limitado de cidadãos", após as operações realizadas no aeródromo de Wadi Saeeda, próximo de Cartum, que permitiram o transporte de um total de 2.122 pessoas, segundo os dados mais recentes.
O ministro James Cleverly enfatizou que "os esforços de resgate continuam em Porto Sudão", enquanto o Governo tenta "fazer tudo ao seu alcance para garantir um cessar-fogo de longo prazo, uma transição estável para o Governo civil e o fim da violência no Sudão".
Hoje, o executivo, que descreve a operação como "a maior e mais longa evacuação do Sudão de qualquer país ocidental", decidiu terminar os voos devido à "queda da procura", embora a situação no terreno "continue a ser volátil".
O Sudão entrou hoje no 16.º dia consecutivo de confrontos entre o exército e as paramilitares da RSF, um conflito que obrigou à volta de 50 mil sudaneses a deslocarem-se para zonas mais seguras do país ou a refugiarem-se em nações vizinhas como o Sudão do Sul, o Egito ou o Chade, e que já fez cerca de 530 mortos e mais de 4.500 feridos.
As duas partes envolvidas no conflito iniciaram na sexta-feira uma trégua de 72 horas mediada pelos Estados Unidos da América e a Arábia Saudita para facilitar a retirada de estrangeiros no Sudão e abrir corredores seguros para a entrada de ajuda humanitária.
Nos últimos dias, apesar de terem sido anunciadas tréguas, têm-se verificado combates de baixa intensidade.
Os combates que começaram em grande escala há duas semanas seguiram-se a semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo governo de transição, e opõem o exército do general Abdel Fattah al-Burhan e as RSF, leais ao general Mohamed Hamdane Daglo, conhecido como "Hemedti".
Ambas as forças estiveram por detrás do golpe de Estado conjunto que derrubou o executivo de transição do Sudão, em outubro de 2021.
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