Programa Alimentar Mundial levanta suspensão da sua missão no Sudão

Madrid, 01 mai 2023 (Lusa) - O Programa Alimentar Mundial (PAM) anunciou hoje o fim da suspensão da sua missão no Sudão perante o agravamento da crise no país devido aos combates entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido.

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© Omer Erdem/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
01/05/2023 09:12 ‧ 01/05/2023 por Lusa

Mundo

Sudão

A diretora executiva do organismo, Cindy McCain, afirmou que "o PAM retira imediatamente a suspensão temporária aplicada, após a trágica morte de membros da equipa", advertindo que a "crise" no Sudão "está a empurrar milhões de pessoas para a fome".

"O PAM vai retomar rapidamente os seus programas para prestar a assistência vital de que muitas pessoas necessitam neste momento de forma desesperada", disse numa mensagem publicada na sua conta oficial da rede social Twitter.

As operações do Programa Alimentar Mundial no Sudão foram suspensas na sequência da morte de três dos seus elementos em Kabkabiya, no estado de Darfur do Norte, em 15 de abril, quando eclodiram os combates.

Um avião do Serviço Aéreo Humanitário das Nações Unida, gerido pelo PAM, também sofreu danos significativos no Aeroporto Internacional de Cartum.

De acordo com um relatório recente publicado pelo PAM, 34% das famílias do Sudão Sul estavam em situação de insegurança.

Assim, cerca de 15 milhões de pessoas, incluindo refugiados, encontram-se em situação de insegurança alimentar aguda, refere a Europa Press.

O anúncio de Cindy McCain foi feito depois de as forças armadas sudanesas e as Forças de Apoio Rápido terem confirmado, no domingo, uma extensão de 72 horas do cessar-fogo humanitário que deveria expirar à meia-noite. Ambas as partes trocaram acusações de violações da trégua.

O conflito já provocou cerca de 530 mortos e quase 4.600 feridos e levou à fuga de milhares de sudaneses para zonas do país mais seguras ou para nações vizinhas e à retirada de cidadãos estrangeiros, incluindo 20 portugueses.

A ONU pediu às partes beligerantes que protejam os civis e infraestruturas nevrálgicas, cedam passagens seguras para as pessoas fugirem das zonas de combate e respeitem os trabalhadores humanitários e sanitários.

O conflito segue-se a semanas de tensão sobre a reforma das forças de segurança nas negociações para a formação de um novo Governo de transição.

Tanto o Exército como a Força de Apoio Rápido estiveram por detrás do golpe de Estado que derrubou o Governo de transição do Sudão em outubro de 2021.

Leia Também: Cerca de 6.000 pessoas fogem do Sudão para a República Centro-Africana

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