Em comunicado, o exército referiu que as FAR mobilizaram "27.135 combatentes e 39.000 recrutas" na capital Cartum "até à manhã de 15 de abril" -- data do início dos combates --, além de cerca de 2.000 carros de combate, veículos blindados e de transporte militar, no âmbito de "uma conspiração" para tomar o poder.
"Durante 15 dias de combates, as nossas forças conseguiram reduzir em 45 a 55% as capacidades de combate que o inimigo tinha mobilizado para sequestrar o Estado sudanês, apoderar-se da sua capacidade de decisão e destruir as suas forças armadas", indicou a nota.
O exército reiterou a acusação contra a FAR de envio de combatentes da região oeste do Sudão para Cartum a fim de "reforçar a sua posição no terreno", mas assegurou também ter sido capaz de "confrontar firmemente estes movimentos".
Sublinhando que "não recuará" e "não aceitará mais a presença de milícias" no país, o exército garantiu ainda que "a situação atual em todas as províncias do Sudão é estável".
A posição do exército sudanês surge poucas horas depois da entrada em vigor de uma nova trégua, a terceira consecutiva de 72 horas, acordada pelas partes com a mediação dos Estados Unidos e da Arábia Saudita.
Os combates entre as FAR e o exército sudanês eclodiram em 15 de abril, face a tensões sobre a reforma do exército e a integração dos paramilitares nas forças regulares, no âmbito de um processo político que visa repor o país na via democrática, após o golpe de Estado de 2021.
Pelo menos 528 civis foram mortos e mais de 4.500 ficaram feridos desde o início dos combates, segundo o Ministério da Saúde do Sudão.
Tanto o Exército como as FAR estiveram por detrás do golpe de Estado que derrubou o governo de transição do Sudão em outubro de 2021.
Leia Também: Sudão. Médicos elogiam ajuda da Cruz Vermelha e fazem apelo