Sem datas ainda definidas, a expetativa do Governo brasileiro e do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de que a visita ocorra no âmbito da passagem da presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), atualmente exercida por Angola, para São Tomé e Príncipe, pelo que está ainda dependente da confirmação da cimeira da CPLP, que deverá realizar-se no final de agosto.
"As expetativas são as mais altas. O Presidente Lula já indicou que deseja que Angola seja o primeiro país em África a ser visitado pela natureza da relação bilateral, pelo papel de Angola, que é a porta de entrada da política do Brasil para África, pelo peso histórico e económico da relação", declarou à Lusa Rafael Vidal.
O diplomata afirmou que estão a ser preparados uma série de entendimentos na área do turismo sustentável e da defesa, nomeadamente a formação e capacitação de tropas angolanas para integrarem as forças de intervenção rápida das Nações Unidas em África, bem como acordos no setor dos transportes marítimos e terrestres e instrumentos para implementação do acordo de cooperação na área da agricultura irrigada.
"Com a assunção do novo Governo, existe interesse em viabilizar, facilitar, fomentar a internacionalização das empresas brasileiras com o viés económico e social presente. Esse é um fator diferenciador do novo Governo, que a atuação das empresas esteja conectada com as estratégias de desenvolvimento", vincou o embaixador brasileiro.
A noção de que o Estado deve ser promotor do desenvolvimento a par do setor privado, intervindo não apenas como regulador, mas também no desenho de políticas que permitem aos privados ser uma ferramenta de política internacional condizente com expetativas de redução de pobreza e insegurança alimentar, são alguns dos eixos desta orientação.
"Não podemos crescer, desenvolver-nos, se o nosso entorno regional não se desenvolver junto", reforçou.
Rafael Vidal salientou que atualmente operam no mercado angolano empresas brasileiras e angolanas-brasileiras de projeção internacional e setores diversificados.
Entre estas estão a Odebrecht (OEC) e a Queiroz Galvão, no setor da construção, o grupo Costa Negócios, que está a desenvolver uma fábrica para a exploração de ferro gusa (usado na produção de aço), a EuroFarma, que está a construir uma fabrica de medicamentos, bem como os grupos VMD e Gemcorp do empresário Valdomiro Minoru Dondo.
A comunidade brasileira em Angola conta atualmente com cerca de 15 a 20 mil pessoas, segundo as estimativas da embaixada.
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